O fator de ajuste do MRE deverá ficar mais pressionado a partir do PMO de julho. Como o próximo mês será o primeiro com a nova previsão de carga, já com o impacto da redução do consumo devido à crise sanitária, a estimativa é de aumento do déficit hídrico. De acordo com os cálculos apresentados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, o índice é de 79,2% na média de 2020. Sem essa redução da carga seria de 80,1%, nível 0,9 ponto porcentual abaixo do reportado em 2019.

Somente no mês de maio o índice está em 94,5% e para junho a projeção é de 72,3%. Já em termos de repactuação, esses indicadores passam a 72,7% e 68,6%, respectivamente. Em maio é registrado apenas o segundo mês do ano sem a geração de energia secundária. Em julho está previsto o menor índice do GSF com 60,7%.

O impacto previsto do GSF no mercado é estimado em R$ 8 bilhões neste ano. A maior parte com R$ 6 bilhões no ACR e os R$ 2 bilhões restantes para o ACL. Esse impacto refere-se a diferença entre a energia alocada no MRE e o total de garantia física do MRE, valorada pelo PLD.

O PLD médio de 2020 no SE/CO é estimado em R$ 107,58/MWh e no ano seguinte está em 49,05/MWh. Para junho e julho o patamar é o mais elevado no período que vai até julho de 2021, está em R$ 114/MWh. Considerando a revisão de carga extraordinária que será aplicada a partir do próximo mês os valores caem para R$ 97,46/MWh em 2020 e 39,68/MWh em 2021, nessa análise de sensibilidade, apenas neste mês que o PLD alcança a projeção de R$ 114/MWh, na maior parte do tempo fica em R$ 40/MWh. Essa é a mesma curva projetada para o sul.

No Norte e no Nordeste as projeções estão equacionadas, mas em um patamar mais baixo do que os calculados nos dois anteriores. Sem a revisão extraordinária, ultrapassa os R$ 100 apenas em julho. Considerando a alteração aprovada pela Aneel na reunião da semana passada os valores são mais baixos, sendo que o mais alto está no Norte com R$ 90/MWh no mês de julho, e mantendo próximo aos R$ 40/MWh na maior parte do tempo até meados do ano que vem.

Os encargos estimados para o mês de Maio de 2020 somam um total de R$ 35 milhões sendo divididos em R$ 18,5 milhões por restrição operativa, R$ 11 milhões por segurança energética, R$ 5,6 milhões por unit commitment e mais R$ 14,8 milhões por custo de descolamento. Em junho a estimativa é de R$ 10,9 milhões, apenas por restrição operativa e R$ 800 mil por custo de descolamento.

O armazenamento no final de novembro é estimado em  35% no SIN e já em dezembro a perspectiva é de que alcance 38%. O nível é considerado confortável pela CCEE quando comparado aos 19% o pior do histórico registrado em 2017. Em maio e junho de 2021 a previsão é de chegar a 77% os mais elevados níveis em um histórico de pelo menos 5 anos que a CCEE apresenta.  Com a revisão extraordinária esse volume aumenta ainda mais para 79% no SIN. Aliás, em todos os submercados o final do período úmido deverá levar aos níveis de armazenamento acima de 70% com a revisão adicional.