A hidrelétrica de Itaipu concluiu na última sexta-feira (29) uma operação especial de defluência para aumentar o nível do Rio Paraná, a jusante da barragem, e que envolveu a Eletrobras e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pelo lado do Brasil, e a Ande, no Paraguai. A elevação em quase três metros do volume do rio permitiu a movimentação total de 170 barcaças paraguaias carregadas de soja, que estavam retidas devido à estiagem que atingiu o rio, e agora seguem para os portos argentinos e uruguaios.

Para atender à meta diária de defluência média de 8.500 m³/s de água, no período entre 18 e 29 de maio, além de aumentar a produção, a usina teve que abrir seu vertedouro em nove ocasiões. O vertimento, no entanto, ficou 19% abaixo do que havia sido previsto pela companhia, economizando a matéria-prima da UHE.

 

Segundo a binacional, o vertimento menor teve dois motivos. Um deles foi o aumento da produção de energia, que subiu do patamar de 170 mil MWh diários na semana anterior à operação especial para 210 mil MWh no período da operação. No acumulado desses 12 dias, a hidrelétrica produziu 2.484.407 MWh, sendo 82% destinado ao Brasil e 18% ao Paraguai.

O outro motivo foram as ocorrências das chuvas, especialmente entre os dias 22 e 24 de maio na bacia do Rio Iguaçu, que contribuíram para elevar o nível do Rio Paraná e diminuir a necessidade de defluência por parte do reservatório.

“A operação especial terminou com saldo positivo baseado, principalmente, no controle e na avaliação diária realizados pelas equipes da operação, o que permitiu a otimização do volume vertido, da defluência e da produção de energia”, avaliou o superintendente de Operação, José Benedito da Mota Júnior, destacando a economia hídrica.

De acordo com José Benedito, a taxa de deplecionamento do reservatório também ficou 37% abaixo do que havia sido previsto nos estudos, levando o nível da barragem a ficar, ao final da operação especial, 80 centímetros acima do que tinha sido inicialmente calculado. A explicação está na chegada do período úmido, com chuvas atingindo os rios afluentes, que contribuem para a formação da chamada vazão incremental, a montante da barragem.