A Alupar Investimento está avançando com seis obras físicas envolvendo linhas de transmissão e subestações pelo país, tendo recebido já a maioria das liberações fundiárias para tocar os projetos. Segundo apresentação dos resultados financeiros e operacionais nessa terça-feira, 2 de junho, a maioria das estruturas metálicas e equipamentos já foram recebidos pela companhia, que está com 81% dos trabalhos executados nas concessões TPE e ETB, quase a metade na TCC e 2% na TSM. Atividades preliminares foram iniciadas na ESTE e a TCE aguarda ainda a Licença de Instalação do Ibama.

Fora desse escopo, dois projetos estão sendo discutidos na justiça quanto a viabilidades ambientais e econômicas. A implantação do trecho Norte e Sul da Empresa Litorânea de Transmissão de Energia (ELTE), formado pelas subestações Domênico Rangoni e Manoel da Nóbrega, e que conta ainda com 40 km de linha de transmissão pelo litoral paulista, está sendo reavaliada após uma mudança nas regras de aproximação da Base Aérea de Santos, que em 2016 comunicou ao Ibama, por meio do Serviço de Proteção aos Voos, a inviabilidade do projeto devido ao tráfego aéreo na região, principalmente de helicópteros.

Durante a apresentação, o gerente de Relação com Investidores, Luiz Coimbra, lembrou que o órgão ambiental paulista cancelou e arquivou o pedido de licença do empreendimento na época pela avaliação ambiental, e que Aneel sugeriu que fosse feita uma alteração no contrato, eliminando o trecho Norte. “Esse processo ficou parado e nós seguimos trabalhando. O que houve recentemente é que a regra de aproximação mudou em Santos, o que nos possibilitou voltar a estudar a viabilidade do trecho”, afirmou o executivo, informando que o próprio órgão regulador rejeitou posteriormente a proposta só pelo trecho Sul.

Já quanto ao chamado Linhão de Tucuruí, uma associação junto a estatal Eletrobras Eletronorte, chamada Transnorte Energia (TNE), Coimbra disse que a empresa está aberta a negociações com os órgãos competentes, desde que atendam aos pressupostos de emissão da LI, que depende de um imbróglio de quatro anos com a Funai, e uma negociação a partir do reequilíbrio das receitas de contrato.

“Estou um pouco cético quanto a esse projeto, por conta do efeito covid nas populações indígenas, mais propensas ao contágio. Estávamos trabalhando ativamente há algum tempo com a Funai mas agora não sei como vai ser a reação nesse momento, pois teríamos que fazer a obra dentro da reserva indígena”, avalia.

Estratégia e crescimento – Perguntado sobre as intenções e posicionamento da companhia junto ao mercado de fusões e aquisições, Luiz pondera que com a eclosão do coronavírus tudo mudou e exige uma nova análise, em todos processos e custos de capital. “Certamente vamos olhar as oportunidades. Hoje faz mais sentido ativos operando do que em construção, por um custo de capital contratado um pouco mais baixo do que é hoje”, pontua.

Quanto a estratégia da comercializadora, notadamente mais conservadora nesse primeiro trimestre, o gerente confirma que foi adotada uma postura diferente para esse ano, levando em consideração o risco hidrológico e o “jogo de enxugar gelo”, ao se deslocar as garantias físicas por determinado período com o preço maior mas o GSF menor, estratégia montada em dezembro do ano passado para reduzir um pouco o impacto de exposição ao risco. “Temos que ver qual vai ser o resultado porque foi uma decisão pré-covid, mas não acredito que teremos algum impacto relevante com relação a isso”, finaliza Coimbra.