As condições favoráveis de afluências e armazenamento no submercado Nordeste abriram a possibilidade de que a UHE Sobradinho (1.050 MW, BA) aumente a vazão liberada para que a UHE Itaparica (1.480 MW BA/PE) chegue a 90% de seu volume útil. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Águas durante a 6ª Reunião de Acompanhamento das Condições de Operação do Sistema Hídrico do Rio São Francisco.

A previsão é que o Reservatório Equivalente do São Francisco – formado por Três Marias (MG), Sobradinho e Itaparica – chegue a 75,5% de seu armazenamento de água em 30 de setembro no pior cenário previsto pelo ONS. A ação se dará em etapas, o operador apresentou a proposta para realizar a operação do reservatório da hidrelétrica com defluência média diária de 1500m³/s em 3 de junho e chegará hoje a 1600m³/s.

Durante essa operação a defluência da hidrelétrica de Xingó (AL/SE) permanecerá em 1100m³/s. Quando Itaparica chegar a 90%, a hidrelétrica de Sobradinho voltará ao patamar de liberação necessário atender à política de defluências da hidrelétrica de Xingó, que deve manter vazões médias mensais de 1100m³/s, conforme estabelece a Resolução ANA nº 2081/2017.

No caso de Três Marias, a operação será com uma defluência média de 450m³/s de 2 de junho a 31 de julho. O patamar médio subirá para 600m³/s entre 1º de agosto e 30 de setembro. Com essa operação, a previsão do ONS é que o reservatório chegue a 72% de seu volume útil até o fim de setembro no pior cenário. Para Sobradinho, a previsão é de chegar ao fim de setembro com 75,4% de seu armazenamento. Já o Reservatório Equivalente – formado por Três Marias, Sobradinho e Itaparica – deverá chegar a 75,5% de seu armazenamento em 30 de setembro.

Em 2 de junho a UHE Itaparica estava com 59,85% de seu volume útil, enquanto Três Marias e Sobradinho registravam respectivamente 95,22% e 93,29%. Os três formam o Reservatório Equivalente da Bacia do Rio São Francisco, que estava com 91,46% de seu armazenamento na última terça-feira.

Em termos de meteorologia, relatou a ANA, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) informou sobre a ausência de chuvas na bacia do São Francisco para os próximos sete dias, o que é normal para este período do ano. Entre outubro de 2019 e março de 2020, período chuvoso mais recente, houve um acumulado de 1.326 milímetros, nível  11% acima da média histórica da região. As vazões entre novembro de 2019 e abril de 2020 foram de 1.003m³/s, o que representa 2% acima da média histórica.