Inicialmente formada pela Frente Parlamentar do Biodiesel e pela Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, uma Biocoalizão com diversos agentes e lideranças foi lançada oficialmente em um webinar nessa quinta-feira, 4 de junho, no intuito de unificar pautas em comum entre os diferentes tipos de biocombustíveis e identificar alternativas de desenvolvimento econômico a partir de novos ecossistemas de produção agrícolas e energéticos, que devem gerar empregos, possibilidades de mercado e uma atuação do país mais ativa em prol do meio-ambiente.
“Uma coalização de forças destinada a viabilizar medidas institucionais como marcos regulatórios e normas que impulsionem políticas públicas para substituir o petróleo como matéria-prima, impulsionando a retomada econômica e ambiental no Brasil pós pandemia”, define o Diretor industrial da Granol e presidente do Conselho Superior da União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) Juan Diego Ferrés.
Atualmente as cadeias de produção de biodiesel e sucroenergética, ainda que tenham muitos interesses em comum, atuam de forma quase paralela. A ideia da agremiação é definir os pontos de convergência entre as indústrias e atuar de forma unificada em seu diálogo com o governo federal e a sociedade. Inicialmente o foco recairá na aprovação de medidas excepcionais de preservação do setor durante o período de crise ocasionado pelo coronavírus.
Com o tempo, o objetivo é acelerar os pleitos referentes à temas como o RenovaBio, que aguarda uma definição sobre as regras de tributação sobre a venda de créditos de descarbonização (CBios), logística e marco regulatório envolvendo as cadeias de biometano e bioquerosene de aviação.
O ex-Secretário Executivo e de Petróleo, Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia e Márcio Félix, destacou a implementação do movimento como um marco para o setor, significando-o como a transferência do Renovabio para a sociedade. Para ele, a energia será o grande protagonista mundial do Brasil em relação ao meio ambiente, podendo desfazer a imagem negativa que o país está no exterior.
“Temos que abraçar essa oportunidade de promover um biosincretismo energético, de tantas possibilidades que tem de sinergias entre os biocombustíveis, sem falar nas conversões de substituição aos combustíveis fósseis e de ser mais renovável que o gás natural, como no caso do biometano”, exemplifica Félix, agora presidente da EnP Energy Platform.
O Presidente da Abiogás, Alessandro Gardemann, lembrou que a integração abre um leque diverso de oportunidades entre as diferentes cadeias de produção no setor, reduzindo emissões de carbono e custos, mas impõe ao mesmo tempo uma “complexidade enorme”, que necessita de revisitação institucional.
“Como lidar com todos esses interesses? A ideia é que o movimento nos dê liberdade para construir um processo e políticas públicas que incentivem a inovação com o potencial gigantesco que temos para a biomassa no país, com escala e capacidade de desenvolvimento para uma produção competitiva”, concluiu.