A Safira Energia entra em uma nova fase ao completar 12 anos de atuação. A companhia quer surfar na onda da transição energética para ampliar a prestação de serviços aos clientes. O momento de crise é que tem permitido o crescimento do uso da tecnologia é considerado um impulsionador desse processo e uma das formas de reforçar a identidade dessa nova forma é a adoção de uma nova marca para refletir esse posicionamento, resultado de investimentos em inovação e em startups feitos nos últimos anos.
Dentre as novidades estão um aplicativo que usa inteligência artificial para ajudar clientes a identificarem as opções mais adequadas para a contratação no ACL ou ainda a compra de energia por meio da Enercred na modalidade de geração distribuída solar. Essa empresa contou com um aporte de capital da Safira em 2018.
O diretor executivo da Safira, Mikio Kawai Jr., conta que a transformação da empresa vem ocorrendo desde esse período com a criação de programas nomeados como Safira Inovação e Safira Labs, que estão em sua segunda edição.
“Queremos reforçar nossa posição não apenas como uma comercializadora, mas uma prestadora de serviços, uma plataforma de negócios com várias iniciativas de inovação”, comentou o executivo. “A empresa tem se posicionado como uma marca que busca inovação, estamos permanentemente na versão beta, lançando e revendo ações no sentido da transformação digital”, acrescentou ele.
Traduzindo esses termos, Kawai Jr aponta que a companhia que dirige quer atuar de forma a trazer os avanços tecnológicos para o setor elétrico, assim como já é visto em iniciativas em outros mercados considerados benchmark. Nesse sentido ele destaca o investimento em geração distribuída destinada a clientes no mercado de varejo. Além disso, cita também a digitalização dos serviços para cada vertical do setor elétrico chegando ao B2C, atendendo ao consumidor final. Outro caminho, continua ele são fintechs que pode ser energytechs ao terem foco no setor elétrico que é cada vez mais descentralizado.
Para os clientes consumidores do Mercado Livre de Energia, a Safira está preparando um aplicativo para auxiliar na identificação do tipo de contratação que melhor atende às suas necessidades. Desenvolvido em parceria com a startup BMS Tecnologia, o aplicativo utilizará recursos de Inteligência Artificial para combinar informações como perfil de consumo do cliente, sua localização, preços praticados pelas distribuidoras e outros dados de mercado.
“Hoje esse assunto não está regulamentado no Brasil, mas é uma tendência mundial e a própria modernização do setor vem apontando para esse caminho, por exemplo, com assuntos da CP 33, gostaríamos que esses temas tivessem um andamento mais célere”, acrescentou.
Toda a organização para o futuro, conta o diretor da Safira, tem como base a transformação digital e que por isso esse momento de crise pode ser visto como uma forma de demostrar que as tecnologias estão no mercado e podem auxiliar no processo. Com a redução de demanda e uma parcela grande de empregados trabalhando remotamente as empresas veem a tecnologia de uma forma a aproveitar suas vantagens.
Em sua análise as empresas que aceleraram a transformação digital em seu negócio estão em vantagem. Até porque estamos vivendo mudanças e o uso da tecnologia para o setor elétrico é cada vez mais presente. Ele tomou como exemplo os casos de pessoas que tiveram que buscar o auxílio emergencial que o governo liberou por meio da Caixa. Essa analogia, disse ele, serve para exemplificar como as pessoas, muitas desbancarizadas, tiveram que se adaptar ao momento e entrar na era digital para acessar os recursos. O mesmo acontece com empresas.
Sobre o impacto da crise sobre a demanda ele disse que em linhas gerais, o mercado livre desacelerou, mas que isso depende do segmento em que as companhias atuam. “Há clientes que sofreram com essa situação, mas há outros segmentos que tiveram o comportamento inverso, principalmente aqueles em atividades essenciais, como alimentos. Há ainda casos em que a turbulência incentivou rompimento de contratos de forma oportunista, mas a maioria das empresas que procuram negociar porque tiveram impacto”, descreveu ele.