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A partir desta segunda-feira, 8 de junho, o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE) disponibiliza ao mercado uma plataforma para realização de leilões virtuais de compra e venda de energia elétrica, acessível para os agentes do mercado livre. Foram cerca de 16 meses de desenvolvimento para ofertar ao mercado uma solução que fosse “simples, prática e rápida” de operar, disse o gerente comercial da BBCE, Márcio Hasegawa.

Diferente da plataforma de balcão onde as operações são padronizadas, no leilão é possível transportar particularidades de compliance de cada empresa. O usuário poderá customizar o leilão de acordo com a sua necessidade, inclusive realizando simultaneamente certames de compra e venda de energia.

“Quando falamos de uma plataforma de leilão, estamos falando de uma negociação que é agendada, onde o realizador seleciona as contrapartes que ele quer negociar, diferente da plataforma de balcão onde as negociações acontecem online”, explicou Hasegawa.

Na próxima quarta-feira, 10 de junho, a BBCE também disponibilizará sua nova curva de preços futuros de energia, conhecida como curva forward, que será alimentada com dados de negociações feitas na plataforma de balcão.

No início do mês, a BBCE ainda deu mais um passo para a criação de um mercado de derivativos de energia elétrica, elegendo três novos conselheiros independentes, conforme exigiu a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Foram eleitos os ex-presidentes do Banco do Brasil Cássio Casseb e Gustavo Franco; e Silvio Meira, fundador do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR).

Negociações em tempos de pandemia

A Agência CanalEnergia também teve acesso aos dados das transações realizadas na BBCE neste ano, onde é possível perceber uma queda considerável na quantidade de contratos, que em janeiro foi de 6,24 mil e em maio, 2,85 mil.

Em janeiro, foram negociados 17.446,00 GWh, representando um volume financeiro de R$ 4,23 bilhões. No início do ano, o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que serve de referência para os contratos no mercado livre, estava em R$ 327,28/MWh.

Em fevereiro, foram negociados 15.794,00 GWh, representando um volume financeiro de R$ 2,73 bilhões. O PLD SE/CO havia caído para R$ 154,44/MWh. Em março, houve um grande volume de negociações na BBCE (21,8 mil GWh).  Com isso, o volume financeiro subiu para R$ 2,99 bilhões, compensando a queda do PLD SE/CO (R$ 81,86/MWh).

Cabe lembrar que a pandemia do Covid-19 provocou forte redução na demanda elétrica devido ao fechamento de empresas, o que também provocou uma queda nos preços.

As repercussões da crise de saúde no mercado de energia fica mais evidente em abril, quando foram negociados 9,9 mil GWh, movimentando R$ 1,03 bilhão. O PLD SE/CO foi para o piso (R$ 39,68/MWh).

Em maio, mesmo com uma recuperação em volume de energia (11,7 mil GWh), o volume financeiro ficou em R$ 1,3 bilhão, uma vez que o PLD se manteve em patamares baixos.

Veja mais detalhes na tabela abaixo: