A PSR lançou a versão 16 do seu modelo de otimização operativa estocástica SDDP. O sistema que é desenvolvido pela empresa e tem uma nova versão a cada 12 a 18 meses chega ao mercado com duas novas aplicações focadas em análise de flexibilidade de sistemas com a penetração de renováveis. O desenvolvimento da nova versão contou com a participação de 20 pessoas em diferentes áreas do conhecimento. O SDDP, explica a PSR, corresponde aos modelos Newave, Decomp e Dessem.
Segundo o gerente de desenvolvimento do SDDP, Luiz Carlos Costa, essa nova versão gerou uma nova ferramenta na PSR, chamado de Time Series Lab (TSL), que produz cenários estocásticos horários de geração de energia das fontes eólica e solar. Ele conta ainda que um dos desafios para a produção desses cenários é a ausência de registros históricos consolidados. O segundo é a modelagem estocástica destas renováveis, que é bem mais complexa do que a de vazões.
“Esses são assuntos corriqueiros em outras regiões do mundo, já que o SDDP é aplicado em mais de 70 países e que por isso nos permite conhecer os desafios de todos esses mercados, podendo incorporá-los, de olho na modelagem e soluções”, comenta ele. “Essa versão chega em um momento em que estamos próximos da adoção do preço horário por aqui”, acrescenta Costa que aponta ainda que há outro detalhe na nova versão. Além de fazer o despacho de curto prazo, aplica esses valores para todo o horizonte do planejamento futuro, considerando os detalhes horários previstos.
O TSL é a primeira novidade da versão 16, prepara um histórico de geração horária de energia para cada parque solar ou eólico existente e candidato a partir de informações bancos de dados globais de registros (reconstituídos) de velocidade do vento e radiação solar para cada ponto do planeta. As informações são refinadas com dados dessas fontes medidos de parques vizinhos e transformadas em geração de energia usando os parâmetros técnicos das turbinas ou painéis.
O incremento do nível de detalhes da representação horário nas simulações probabilísticas é a segunda novidade da versão. São considerados por exemplo o tempo de viagem da água, rampas de subida e descida para UHEs, contratos e reservatórios de combustível. Essas, somadas a outras já desenvolvidas em versões anteriores, se mostraram essenciais para capturar o comportamento dos preços horários, aponta o engenheiro André Dias, da PSR, coordenador dessa parte do desenvolvimento.
A PSR lembra que o SDDP é utilizado nas Américas, Europa, Ásia-Pacífico e África. São sistemas com grande variedade de capacidade instalada, incluindo sistemas como o NordPool, Costa Oeste dos Estados Unidos, Canadá e Brasil. E ainda em outros com graus de desenvolvimento econômico e desenhos de mercado diversos como na Escandinávia, Nova Zelândia, América Latina e Leste da Ásia.
No foco estão investidores, comercializadores, consultores, agências governamentais e operadores para simular sistemas de energia complexos e com horizontes variando de décadas a dias. E ainda, resolução horária, otimização do armazenamento em múltiplas escalas de tempo e variáveis, seja hídrica ou baterias, modelagem estocástica de vazões, eólicas, solar e demandas. Bem como, representação detalhada de usinas térmicas (unit commitment, restrições de rampa) e da rede de transmissão. Segundo informações da PSR, o SDDP foi executado mais de 50 mil vezes em 2019 pelos seus clientes.