O consumo de energia elétrica no Brasil diminuiu 11% em maio com as medidas de isolamento social como forma de frear a disseminação da Covid-19, afirma estudo da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE divulgado nessa terça-feira, 9 de junho, que considera a média do Sistema Interligado Nacional – SIN entre 1º a 29 de maio deste ano, comparada com os mesmos dias do ano passado. Na avaliação, o mercado regulado teve redução de 12%, enquanto o mercado livre apresentou queda de 10%.
De acordo com a CCEE, os feriados adiantados para o período de 23/05 a 29/05 também impactaram na demanda média dos locais que aderiram à medida. No SIN, a queda de demanda registrada naquela semana foi de 12,6%. Os dados mostram ainda que com a manutenção da política de quarentena, houve uma estabilização da queda do consumo nas últimas semanas, em torno de 10% a 13%.
Cabe lembrar que os resultados são preliminares e levam em conta a demanda total do mercado cativo e livre, além de não considerar os dados de Roraima, único estado não interligado ao sistema elétrico nacional.
Já entre os principais ramos de atividade que consomem energia no Ambiente de Contratação Livre – ACL, a indústria automotiva e o segmento têxtil continuam liderando a redução da demanda, com variação negativa de 47%. Já o setor de serviços está na terceira posição, com queda de 38% em comparação com o mesmo mês de 2019. Os valores já expurgam os efeitos de migrações de consumidores que passaram a negociar no mercado livre.
Regiões – Na análise regional, o levantamento mostra que a Bahia passou a liderar o ranking, com redução de 20%, seguida pelo Rio de Janeiro, onde a demanda recuou 19%. Completam a lista dos cinco maiores recuos percentuais os estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, com 17%, 16% e 15% respectivamente.
Três estados tiveram alta no consumo: Pará, com 6% e Amapá e Maranhão, com 2%, aumento explicado pela elevação da demanda em algumas indústrias nesses estados, como alimentícia e a química.
Geração – Em outro de seus estudos, o boletim InfoMercado Quinzenal informa que a geração de energia recuou 10,9% frente ao mesmo período do ano passado, com as hidrelétricas puxando a maior queda, de 14,1%. As usinas eólicas geraram 2,2% a menos em 2020 e as termelétricas reduziram sua produção em 1,2%. Apenas as fazendas solares aumentaram sua produção, em 35,8%, devido ao crescimento da capacidade instalada da fonte.