Durante o mês de maio, o cenário de propagação do coronavírus continuou a refletir em impactos no setor elétrico catarinense, que viu o consumo de energia no mercado cativo cair 11,3% ao mesmo tempo em que registrou uma elevação de 17% na inadimplência, a partir de números consolidados pela Celesc e comparados com o mesmo período do ano passado.

Segundo o levantamento, o percentual de consumo foi novamente puxado pela classe industrial, com queda de 18,6%, seguida pelo comércio, que recuou 17,3% no mês. Já as residenciais tiveram aumento de 3,4% na demanda, volume no entanto inferior aos 14% verificados em abril desse ano, quando as medidas de isolamento social estavam mais restritivas, o que mostra que as pessoas estão saindo mais de casa.

Para a concessionária, a inadimplência a 17% é reflexo da medida anunciada pela Aneel em março e recentemente ampliada até 31 de julho, que proibiu o corte no fornecimento de energia por falta de pagamento faturas de diversas classes de consumo. No estado, o maior impacto no mercado cativo foi entre as classes consumidoras residencial e comercial. Juntas, representaram incremento de aproximadamente 30% na inadimplência.

Já no mercado livre, o número de clientes que deixaram de quitar as contas aumentou 412%. Essa situação, somada à queda no consumo de energia dessas mesmas classes, deve afetar a saúde financeira das empresas e causar grande preocupação ao setor como um todo.