Com a ocorrência de chuvas atípicas na região Nordeste na primeira metade de junho, a geração eólica apresentou queda de 16,6% na comparação com o mesmo período no ano passado, indo de 7.028 MW médios para 5.863 MW médios, afirmam os dados preliminares do boletim InfoMercado Quinzenal, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.

O levantamento indica que os índices pluviométricos inesperados em algumas regiões decorreram de um avanço de frentes frias do Sul para o Sudeste, que acabaram por enfraquecer a formação de um sistema de alta pressão, resultando em menos ventos para o sistema, fenômeno também verificado em maio.

Por sua vez a geração hidráulica teve redução de 7,7%, para 42.584 MW médios, reflexo da queda na demanda energética por conta das medidas restritivas de enfrentamento ao coronavírus. Já a fonte solar registrou avanço de 35% no período, chegando a 686 MW médios.

Os dados indicam ainda uma retração de 6,1% na produção de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) na primeira metade de junho, caindo de 63.422 MW médios no ano passado para 59.572 MW médios em 2020. Já a geração de autoprodutores diminuiu 0,9%, indo para 1.241 MW médios.

 


Demanda – O consumo de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) caiu 8,5% ante as mesmas semanas do ano passado, passando de 60.153 MW médios para 55.013 MW médios, efeito do distanciamento social e de um dia útil a menos do que em junho de 2019, já que o feriado de Corpus Christi foi adiantado esse ano em São Paulo e várias cidades devido à pandemia, o que impactou o consumo médio no sistema como um todo.

No mercado regulado a queda foi de 8,2%, para 37.790 MW médios, sentindo a migração de consumidores para o mercado livre. Expurgados os movimentos, a variação negativa seria de 6,4%. Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL) a demanda recuou 9,3%, para 17.223 MW médios. No entanto, ao se expurgar o impacto da migração dos cativos, o mercado teria queda de 13,2%.

No levantamento dos ramos de atividade, quase todos apresentaram quedas representativas no mercado livre, com as maiores taxas vindos dos setores têxteis (39,5%), veículos (37,1%), serviços (22,4%) e madeira, papel e celulose (15,3%).