A UHE Santo Antônio (RO -3.568 MW) desenvolveu um sistema robotizado para diminuição do acúmulo de sedimentos. Esse é um dos maiores desafios para a operação e manutenção da usina. A sedimentação proveniente do rio Madeira, quando acumulada nas soleiras dos vãos de adução das turbinas, impede a inserção das comportas ensecadeiras, também chamadas de “stop-logs”, que têm a função de criar uma área seca para a realização dos trabalhos de manutenção das unidades geradoras. Para fazer isso, a usina tinha a equipe especializada em serviços subaquáticos para os trabalhos de inspeção e limpeza da região onde os “stop-logs” são inseridos. O trabalho complexo e demorado muitas vezes comprometia o cronograma de manutenção das turbinas.
Para mitigar esse problema, a UHE Santo Antônio em parceria com a Universidade Federal de Juiz de Fora, o Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência e a Agência Nacional de Energia Elétrica desenvolveu, desde 2015, um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento para a implantação de um sistema, com um veículo com operação remota, que pudesse realizar a inspeção e a limpeza de pequeno porte nas áreas de vedação dos stop- logs. Trata-se de um sistema robotizado, de alta confiabilidade para diminuir o acionamento das atividades subaquáticas.
Um dos componentes do sistema é um robô de cerca de 35 quilos, equipado com um sonar para a realização de inspeções por imagem, duas escovas rotativas para a limpeza, propulsores para deslocamento, entre outros acessórios. Ele estará preso em uma viga que será içada pela ponte rolante nos trilhos da comporta ensecadeira, podendo chegar a 50 metros de profundidade, sendo operado por controle remoto. De acordo com o gerente de Manutenção de Geradores, Mário Euripedes, desde a época de testes com as turbinas na UHE, havia dificuldade para realizar o ensecamento. Com o novo sistema, será possível analisar previamente as condições de sedimentação do rio e até mesmo realizar a limpeza na soleira dos stop- logs.
Ainda segundo ele, isso reduzirá custos dos trabalhos de manutenção, diminuirá impactos em nosso cronograma e aumentará a disponibilidade das turbinas da usina”, explica. O robô já está na hidrelétrica juntamente com os demais equipamentos. Para que os trabalhos sejam colocados em prática, é esperada a chegada da equipe do Inesc para a realização dos ajustes finais e a previsão é que aconteça no segundo semestre, em razão da pandemia.