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O anúncio do contrato com a mineradora Anglo American para fornecimento de 95 MW med no mercado livre ratifica a estratégia que a Casa dos Ventos vem adotando, mirando no ambiente livre e dando a opção de o cliente virar sócio e autoprodutor do empreendimento. Vale, Vulcabrás e Tivit também já fecharam contratos de compra de energia eólica nos mesmos moldes. A energia da Anglo será gerada pela eólica Rio do Vento (RN – 504 MW).
Em entrevista à Agência CanalEnergia, o diretor de novos negócios da empresa, Lucas Araripe, revelou que fazer negócios com Vale e Anglo, consumidoras intensivas de energia, mostra que está sendo oferecido um produto competitivo, no caso a energia da eólica potiguar. “Rio do Vento deve ser um dos ativos com custo de geração mais baixos do mundo, tem um vento muito bom. Ao anunciar mais um nome de peso, que valida esse nosso modelo, esperamos trazer mais empresas grandes para consumir energia limpa e competitiva”, afirma.
A Casa dos Ventos é uma das maiores desenvolvedores eólicos do Brasil, já tendo implantado mais de 1,1 GW em projetos viabilizados em leilões de energia. Os complexos Ventos de Santa Brígida, Chapada do Araripe e Tianguá foram vendidos posteriormente. Até 2023 ela vai ter outros 1,5 GW eólicos operacionais. A fase 1 de Rio do Vento entra em operação no segundo semestre de 2021 e nos dois anos seguintes vai ser a vez da fase 2 de Rio do Vento e a eólica Babilônia. Segundo o diretor da Casa dos Ventos, os ativos dessa vez devem ficar nas mão da geradora por mais tempo, formando uma plataforma de ativos. “Diferente do passado, aqui a gente tem uma motivação maior de reter esses ativos no longo prazo. Vamos ter sócios minoritários e vamos ter que fazer a operação desses ativos para esses sócios”, observa.
A guinada para o ambiente livre começou com a parceria com a Vale para a EOL Folha Larga Sul (BA) e depois prosseguiu com Rio do Vento (RN), que vai produzir energia para abastecer a Vulcabras, a Tivit e a própria Anglo American. Araripe conta que a conversa com os potenciais clientes envolve uma sofisticação maior, por considerar pontos como um prazo longo no contrato, a possível sociedade no empreendimento e a compra de energia com uma pegada sustentável. No próximo mês, mais um novo contrato deve ser anunciado, adianta.
O executivo considera que a empresa se saiu bem frente a pandemia de Covid-19. O projeto da Vale segue com ritmo esperado e está 75% operacional, devendo no próximo mês estar na plenitude da operação. A Casa dos Ventos adotou protocolos de segurança nas obras, como testagem e aferição de temperatura. “A gente conseguiu do ponto de vista de construção ter uma boa interlocução com as autoridades e adotar as tratativas necessárias”, explica. A empresa também fez distribuição de insumos para as comunidades locais.
A pandemia também não afetou as negociações da Casa dos Ventos. A maioria dos parques é partir de 2020, o que dá tempo para que haja uma melhora para uma retomada na demanda de energia. “Nossos clientes estarão aqui por um prazo muito longo”, ressalta. Com muitos desafios no mercado livre, os leilões do ambiente regulado já não se mostram uma prioridade para a geradora, com a opção do ACL se tornando uma realidade. “Com o passar do tempo a eólica e a solar vão ser mais competitivas ainda nas renováveis, a questão econômica vai ganhar um diferencial, estamos bem otimistas”, conclui.