Os certificados de energia renovável, chamados de RECs, devem terminar o ano de 2020 chegando a cinco milhões de emissões. Em webinar realizado nesta segunda-feira, 29 de junho, Fernando Lopes, Sócio Diretor do Instituto Totum, revelou que hoje há 110 usina aptas a gerarem certificados, 7.000 MW e que até maio deste ano, já foram emitidos 1,5 milhão de RECs. “Vai praticamente dobrar o resultado de 2019, de 2,5 milhões de certificados”, revela. O Programa Brasileiro de Certificação Renovável foi criado em 2013, através de iniciativa da Associações Brasileiras de Energia Eólica e de Geradores de Energia Limpa. Cada certificado equivale a 1 MWh de energia renovável que é injetada na rede.

Ainda de acordo com ele, em 2016, o programa teve um grande crescimento após a parceria com o programa I-REC Standard, que padronizou  a emissão. Hoje o Brasil é o país que mais empresa aptas a comercializar os I-RECs no mundo. Segundo Lopes, são cerca de 60 empresas no mundo que podem fazer isso, sendo que no Brasil elas são 20. O país é o segundo colocado dentro dos mercado que trabalham com I-Recs, ficando atrás apenas da China, que transaciona em torno de nove milhões. De 2018 a 2019 houve um grande crescimento, saindo de 337,4 mil para 2,5 milhões de RECs.

O diretor do Totum explicou no webinário sobre o uso do blockchain que a ideia é que a tecnologia traga mais segurança ao processo de certificação. Estudos indicam que o crescimento do uso do blockchain vai chegar em US$ 23,3 bilhões em 2023. Ele dá como exemplo, um cartório de registro de imóveis, que existem dentre outras atribuições para a garantir que um imóvel não seja usado em mais de uma operação. “Se cada empresa começar a emitir seu próprios RECs com suas próprias regras, corre-se o risco de haver dupla contagem ou duplo beneficiado”, avisa.

Segundo ele, o uso do blockchain é usar o conceito de descentralização para que operações usuais de RECs passe a ser feita de modo automatizado, sem um terceira parte. Ele conta que qualquer usina está apta a inserir os dados no sistema brasileiro de certificação e emitir RECs. Porém usinas de biomassa que adotam o RenovaBio não podem registrar toda sua energia para a emissão de RECs, só a exportada ao Grid, porque pode ocorrer dupla contagem.

Os RECs são comprados por empresas para relatórios de sustentabilidade e para o reporte de baixa emissão. No webinário, ele explicou ainda que os certificados também podem ser aplicados em usinas hidrelétricas de grande porte, assim como em usnias de biomassa, CGHs e projetos de geração distribuída. Outro ponto que Lopes esclareceu foi que projetos destinados à autoprodução também podem usar o selo.