Com medidas mais restritivas adotadas em diversos estados da federação para combater a pandemia, o consumo de energia elétrica em maio atingiu 36.051 GWh no Brasil, recuo de 11% em relação ao mesmo período do ano passado, informa o levantamento mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No acumulado em 12 meses o resultado é 474.037 GWh, variação negativa de 1,1%.

Segundo a análise, os segmentos comerciais e industriais apresentaram quedas de 25,1% e 13,7% respectivamente, números também superiores ao mês anterior. Por sua vez a indústria registrou o pior maio de toda a série histórica, monitorada pela EPE desde 2004, com as maiores baixas vindo do ramo automotivo  e têxtil, 54,1% e 43,7% respectivamente, reflexo do impacto da forte diminuição das vendas nos respectivos setores.

Todas as regiões do país apresentaram retração no consumo de eletricidade durante o mês, com destaque para as quedas de 13,7% no Sudeste, 11,2% no Nordeste e 10,2% no Sul. A diminuição de 3,9% no Centro-Oeste e 1,1% no Norte comprovam os efeitos covid, visto que as regiões ainda apresentavam crescimento na demanda em abril.

Na junção dos comércios e residenciais, a diminuição na renda, o aumento do desemprego e a insegurança financeira foram fatores que impactaram no resultado negativo para a EPE. A classe residencial viu seu consumo reduzir em 1,4% no período, promovida pela variação negativa no Sudeste, que teve no clima mais ameno um dos fatores responsáveis pelo desempenho e que tem sua demanda representada por quase 50% do quadro energético nacional.

Quanto a modalidade de contratação de energia, ambos os mercados apresentaram baixa no consumo de eletricidade em maio, com recuo de 11,2% entre os consumidores cativos e de 10,6% entre os livres.