Após a passagem do ciclone extratropical que levou tempestades e ventos de mais de 100 km/h a região Sul do país desde a noite da última terça-feira (30), equipes técnicas das concessionárias de energia seguem trabalhando para restabelecer as cargas e normalizar o sistema, que chegou a ter 3,8 milhões de unidades consumidoras desligadas, e que nesta manhã apresenta ainda 521 mil sem eletricidade.
No Paraná constam 140 mil sem luz de um total que chegou a 1,8 milhão, correspondendo a 38% do atendimento feito pela Copel. As regiões Centro-Sul, Oeste e Leste permanecem em alerta vermelho, por serem as mais afetadas e concentrarem a maior parte dos desligamentos, com 83 mil sem energia compreendendo Curitiba, Região Metropolitana e Litoral, além de 31 mil no Centro-Sul e 20 mil no Oeste.
A capital ainda tem 16 mil unidades desligadas. Na Região Metropolitana, Campo do Tenente segue com 3 mil desarmes e Rio Negro com 1,3 mil. Em Mandirituba e Quitandinha, o número diminuiu para 4 mil em cada município. São José dos Pinhais, uma das localidades mais atingidas na RMC, consta com 10 mil ocorrências, 8% em relação ao total de clientes na cidade.
A partir dos impactos na rede e nas localidades, a companhia classificou o ciclone bomba como o pior evento climático já registrado em sua concessão. O temporal chegou a ter rajadas de vento de até 120 km/h e chuva de granizo. Entre as sete vítimas fatais já contabilizadas no estado, um homem morreu em Santo Amaro da Imperatriz, atingido por fiação elétrica.
Em Santa Catarina, que chegou a ter 1,5 milhão de unidades desligadas, a Celesc registrou às 9 horas dessa quinta-feira 237 mil UCs sem energia, com o sistema ainda bastante afetado nas regiões de Florianópolis, Lages, Blumenau, Itajaí, Joinville e Mafra.
No Rio Grande do Sul, o pico representou 900 mil consumidores sem luz, número que baixou para 99,6 mil até a manhã de hoje, com aproximadamente dois mil profissionais entre eletricistas, equipes de retaguarda, terceirizados e teleatendentes trabalhando na recomposição das redes danificadas madrugada adentro. A expectativa é finalizar a recomposição até o fim do dia.
A estatal gaúcha também informou que duas linhas de transmissão foram interrompidas no Litoral Norte: uma que liga a subestação Arroio do Sal à SE Capão Novo e a outra conecta a SE Atlântida Sul 2 à SE Torres, causando prejuízos para cerca de 84 mil consumidores.
Por sua vez, a RGE afirmou que ainda possui 45 mil clientes com o fornecimento prejudicado em toda concessão, a maioria nas regiões do Planalto e Serra e que segue trabalhando para recompor a rede, mas priorizando a segurança dos colaboradores em campo e da população, devido a complexidade dos danos e a dificuldade de acesso em alguns locais, com estradas fechadas e outros obstáculos dificultam o trabalho. Não há previsão de retorno.