Com chuvas acima da média histórica nos últimos sete dias, a região Sul vem demonstrando recuperação significativa nos níveis das bacias hidrográficas dos rios Uruguai e Iguaçu, responsáveis por 75% do armazenamento hídrico do subsistema Sul para geração hidrelétrica, que na última quinta-feira (02) chegou a 40,5% de sua capacidade, após subir 1,2% em relação ao dia anterior, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que esteve presente na 11ª reunião da Sala de Crise para avaliar a situação hidrometeorológica da Região Sul.

Em sua apresentação, ONS informou que não há mais reservatórios com geração suspensa ou intermitente nas bacias e que houve uma recuperação significativa no aumento das vazões naturais, que foram respectivamente de 75,5% e 68,9% da média de longo termo no fim de junho, sendo que o volume d’água que chega aos reservatórios têm sido maior do que o escoamento.

A vazão defluente mínima de 150m³/s será mantida a jusante da UHE Foz do Chapecó (SC/PR), conforme acordado na reunião de 14 de maio, e assim como no rio Iguaçu, devido ao índice pluviométrico, as defluências praticadas têm sido maiores para controle do volume útil. Na chegada ao Parque Nacional do Iguaçu, na estação Hotel Cataratas, a vazão tem se mantido acima do mínimo estabelecido de 350m³/s, reforça o Operador.

Na análise do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), a tendência para o mês de julho é de que as chuvas fiquem dentro da média. A instituição também explicou a formação do ciclone bomba, que costuma se formar no Oceano Atlântico, mas que recentemente se formou no continente, causando fortes ventos e tempestades no Sul do país. “O ciclone começou a se formar em torno de 29 de junho na Argentina, depois passou pelo Paraguai até atingir o Brasil no último dia 30, estando em dissipação no Oceano Atlântico”.

Em 16 de julho, acontecerá a próxima reunião da Sala de Crise da Região Sul. Na ocasião, será apresentado o Monitor de Secas, que é coordenado pela Agência Nacional das Águas (ANA) e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas.

Por meio da ferramenta é possível comparar a evolução das secas em 13 estados (todos do Nordeste, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Tocantins) em mapas mensais que estão disponíveis no site e no aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos Android e iOS. Os estados do Sul foram recentemente mobilizados para entrada no programa e concluíram treinamento para tanto, estando agora na etapa de testes.