A história da B3 com o setor elétrico brasileiro vem desde 2015, quando o derivativo de balcão de energia elétrica para a negociação de contratos bilaterais passou a ser oferecido ao mercado pela então Cetip, que depois se juntou à BM&FBOVESPA para formar a B3. De lá para cá, estreitar os laços com um setor tão crucial da economia passou a ser prioridade para a companhia, que promete fomentar ainda mais essa aproximação com o lançamento, até o final do trimestre iniciado em julho, de uma nova plataforma voltada para o mercado físico. A ideia é ofertar ferramentas que vão propiciar uma melhor gestão de riscos.
A autorização da Comissão de Valores Mobiliários para que bolsa faça o monitoramento e o pré-registro de contratos realizados no mercado livre de energia elétrica foi dada em abril desse ano.
Na revisão do planejamento estratégico em 2018, o setor de energia entrou no foco da atuação da bolsa como um dos setores escolhidos para levar a expertise de mercado financeiro em duas frentes: ativos físicos e derivativos financeiros.
A infraestrutura para o mercado físico tem como passo inicial a construção de um hub de informações. Nesse ambiente, regras e processos a serem divulgados pela bolsa para o mercado de energia atuarão como um instrumento para gestão de risco de contraparte, auxiliando os agentes a observarem os limites de exposição estabelecidos. Serão divulgadas também curvas de preços (curva forward), geradas a partir dos contratos informados na plataforma.
Os derivativos financeiros são contratos de balcão, com negociações bilaterais cujo registro e liquidação acontecem nos sistemas da B3. Outros serviços como o de colateral (depósito de garantias em ambiente B3) podem ser oferecidos dependendo da demanda do mercado.
Plataforma
A nova plataforma para o mercado físico não nasce do acaso, mas de demandas prospectadas a partir de interações com empresas do mercado de energia elétrica preocupadas com maior transparência na formação de preços no mercado livre, especialmente após a crise de liquidez das comercializadoras de energia no início do ano passado.
“A nossa atuação na energia é extremamente marcada pela demanda do mercado”, afirma Juca Andrade, Vice-presidente de Produtos e Clientes da B3. O público-alvo, a princípio, são os agentes do mercado livre, mas esse é um produto que pode crescer para outros players do mercado financeiro.
Já a frente de derivativos, que hoje é bilateral, pode ser ampliada, e a medida em que bolsa conseguir avançar com as ferramentas de gestão de risco no físico é possível evoluir para que a B3 atue como contraparte centralizada.
A B3 pretende ser um referencial para a indução de boas práticas no mercado, fundamental para o setor elétrico, afirma Juca. “A nossa ideia é ser uma entidade neutra nesse mercado.”
Para o representante da B3 algumas operações com trade que acontecem no ambiente físico do mercado de energia elétrica poderiam estar no financeiro com um custo bem menor. Ele acredita, porém, que os dois ambientes continuarão a coexistir.
(Nota da Redação: Conteúdo patrocinado produzido pela equipe da Agência CanalEnergia)