A geração de energia elétrica no Brasil recuou 4,2% em junho na comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado é reflexo da queda no consumo, decorrente dos impactos das medidas de combate à pandemia de Covid-19. As usinas registraram produção de 59.798 MW médios no mês passado, frente a 62.446 MWmed em 2019. Os dados preliminares compõem o boletim InfoMercado Quinzenal, divulgado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta quinta-feira, 9 de julho.
As usinas eólicas foram as que apresentaram a maior queda (-7%). O recuo se explica, em parte, pelo avanço de frentes frias do Sul para o Sudeste na primeira metade de junho, o que enfraqueceu a formação de um sistema de alta pressão e diminuiu os ventos no Nordeste. Em seguida, as hidrelétricas tiveram redução de 4,6% nos volumes gerados e as termelétricas produziram 2,7% menos energia do que no mesmo mês do ano passado.
Apenas as fazendas solares fotovoltaicas geraram mais em 2020. A alta de 34,8% foi puxada pela entrada de novas usinas no sistema ao longo do último ano, ampliando a geração de 508 MW médios para 684 MW médios.
Consumo de energia
O consumo de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) em junho apresentou o menor índice de redução desde o início da adoção das medidas de isolamento social. Os dados preliminares indicam que a demanda recuou 5,2% no mês, passando de 59.645 MW médios para 56.555 MW médios.
No Ambiente de Contratação Regulada (ACR), a queda foi de 5,2%, impactada pelo fechamento de parte do comércio de das indústrias, por um lado, mas com o contraponto do aumento do consumo residencial. Já no Ambiente de Contratação Livre (ACL), a retração foi de 5,1%. Se desconsiderarmos os efeitos das migrações de clientes do mercado regulado para o livre, o recuo no ambiente seria ainda maior, de 9,5%.
Quase todos os ramos de atividade apresentaram demanda menor. As maiores reduções foram as dos setores: têxtil (- 28,9%), veículos (- 27,5%), serviços (- 19,3%) e madeira, papel e celulose (- 12,9%).