O investimento total em nova capacidade de energia renovável (excluindo grandes barragens hidrelétricas de mais de 50 MW) foi de US$ 132,4 bilhões no primeiro semestre de 2020, um aumento de 5% em relação aos US$ 125,8 bilhões revisados ​​no mesmo período de 2019. O investimento eólico em terra caiu 21%, para US$ 37,5 bilhões, enquanto o da energia solar caiu 12%, para US$ 54,7 bilhões.
O investimento geral em energia limpa, incluindo financiamento de capacidade renovável e acordos de ações em nível corporativo, atingiu US$ 137 bilhões no primeiro semestre de 2020, um aumento de 4% em relação aos US$ 131,9 bilhões registrados no mesmo período de 2019.
Os dados constam de um levantamento feito pela BloombergNEF (BNEF) e mostra que o investimento em capacidade de energia renovável mostrou grande resiliência no primeiro semestre de 2020, diante do choque econômico, classificados por eles como sem precedentes, causado pelo coronavírus. No sentido contrário, o segmento de geração eólica offshore teve o semestre mais movimentado entre todas as fontes em termos de decisão final de investimento.
Os financiamentos eólicos offshore nos primeiros seis meses do ano somaram US$ 35 bilhões, um aumento de 319% em relação ao ano anterior. Para fins de comparação, no ano passado todo que foi o recorde para a fonte, o valor revisado ficou em US$ 31,9 bilhões. Esse movimento, aponta, mais do que compensou a queda registrada em energia solar , energia eólica e biomassa em terra.
No primeiro semestre deste ano, foram tomadas decisões de investimento em 28 projetos, incluindo o maior de todos os tempos, de 1,5 GW Vattenfall Hollandse Zuid, na costa da Holanda, custando cerca de US$ 3,9 bilhões. Outros grandes negócios no exterior incluíram o projeto Seagreen de 1,1 GW SSE no Reino Unido, com uma estimativa de US$ 3,8 bilhões, 600 MW CIP Changfang Xidao ao largo de Taiwan, com um valor estimado em US$ 3,6 bilhões e os projetos Fecamp e Saint-Brieuc em águas francesas, totalizando 993 MW e US$ 5,4 bilhões de investimentos. Somente na China foram 17 instalações.
A BNEF aponta que era esperada desaceleração no ritmo de investimento no período devido aos impactos da pandemia que poderiam levar a atrasos no processo de financiamento e a alguns programas de leilão. “Há sinais disso tanto em energia eólica solar quanto em terra, mas a cifra global se mostrou incrivelmente resistente graças à energia eólica offshore”, comentou em comunicado Albert Cheung, chefe de análise da empresa.
Um dos pontos que são destacados para o segmento é a redução de 67% nos custos nivelados alcançados desde 2012 e do desempenho das mais recentes turbinas de grande porte. E ainda, a primeira metade deste ano também deveu muito à corrida na China para financiar e construir, a fim de aproveitar uma tarifa feed-in antes que ela expire no final de 2021. A expectativa é de que haja uma desaceleração no investimento eólico offshore globalmente no segundo semestre, sendo que no início do próximo ano ocorra um novo pico.
O investimento em novas usinas de biomassa e de resíduos em energia caiu 34%, para US$ 3,7 bilhões, enquanto o investimento em geotérmica aumentou 594%, para US$ 676 milhões. Pequenos projetos hidrelétricos de menos de 50 MW atraíram cerca de US$ 576 milhões, queda de 14%, e as plantas de produção de biocombustíveis, US$ 250 milhões, queda de 82%.
Maiores investidores
Olhando para os números por localização, a China foi o maior mercado mais uma vez, investindo US$ 41,6 bilhões no semestre, um aumento de 42% em relação ao mesmo período de 2019, graças ao seu boom eólico offshore conforme apontado. A Europa garantiu US$ 36,5 bilhões, um aumento de 50%, enquanto os EUA caíram 30%, para US$ 17,8 bilhões. O Japão viu os financiamentos aumentarem 14%, para US $ 10,8 bilhões, mas a Índia caiu 49%, para US$ 2,7 bilhões, e o Brasil caiu 26%, para US$ 2,5 bilhões.
Apesar desses valores apresentados a estimativa da BNEF é de que os números consolidados do ano de 2020 deverão apresentar os impactos da pandemia de covid-19. O problema está centrado no afastamento das pessoas que trabalham com a tomada de decisão no nível corporativo, e ainda, os consumidores de sistemas de pequena escala que são sensíveis a mudanças na economia.
Os dados do BNEF para investimentos em nível corporativo em energias renováveis e tecnologias inteligentes em energia, como armazenamento de baterias, mostram que o aumento de capital por empresas especializadas em mercados públicos foi de US$ 2,4 bilhões no primeiro semestre de 2020, uma queda de 43%. O investimento de capital de risco e fundos de private equity aumentou 10%, para US$ 2,5 bilhões.
As maiores transações nos mercados públicos foram as ofertas públicas iniciais de duas empresas de energia solar chinesas, a Jinko Power Technology e a Trina Solar, levantando US$ 366 milhões e US$ 359 milhões, respectivamente.