A Eneva anunciou que as obras do projeto integrado Azulão-Jaguatirica entraram em sua segunda fase. Cerca de 800 colaboradores estão atuando em duas frentes. No município de Silves, no Amazonas, as obras visam a produção de gás natural, com a exploração do Campo de Azulão. Em Roraima, por outro lado, foram concluídas as fundações para os principais equipamentos da termelétrica Jaguatirica. No pico das obras serão mais de 2 mil trabalhadores atuando nas duas frentes. Os empreendimentos estão previstos para entrarem em operação na metade de 2021.

Com investimento de R$ 1,9 bilhão, o projeto vai atender 70% do consumo de energia elétrica de Roraima, o que permitirá o desligamento da capacidade de geração a diesel, com consequente redução de custos de geração e de emissões. Atualmente, Roraima é abastecido 100% por termelétricas a óleo diesel, com fornecimento de baixa confiabilidade e com altas emissões de gases do efeito estufa.

Segundo o diretor de Operações da Eneva, Lino Cançado, todas as diligências estão sendo tomadas para que não haja comprometimento do cronograma por conta da pandemia de coronavírus.

“As obras estão seguindo com a implementação de um protocolo de combate a Covid-19, adequado à severidade da pandemia em cada região, considerando as recomendações dos órgãos oficiais de saúde nacionais e internacionais. Entre várias medidas adotadas, estamos realizando testes continuamente para garantir que somente funcionários aptos trabalhem nos canteiros das obras”, disse em nota à imprensa.

Projeto Integrado

O Campo de Azulão será o primeiro a produzir gás natural na Bacia do Amazonas. Foi descoberto em 1999, mas só passou a receber investimentos após a aquisição pela Eneva em 2018. Já a termelétrica Jaguatirica II comercializou energia elétrica em 2019, no leilão especial promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para suprimento da cidade de Boa Vista e localidades.

O projeto é “integrado” porque combina o uso do gás explorado no Campo de Azulão, no Amazonas, com a geração de energia elétrica, em Roraima. O gás será armazenado e transportado por carretas especiais em seu estado líquido. Trinta e uma carretas criogênicas estão prontas no Paraná e seguirão em breve para o Amazonas, assim como estão a caminho do Estado os vasos e tanques da unidade de tratamento de gás.

Amazonas

No momento, cerca de 300 trabalhadores atuam no canteiro de obras do Campo de Azulão finalizando etapas da obra civil, como fundações rasas e profundas e escavações para implementações de bases. A previsão é de ter aproximadamente mil funcionários no pico das obras.

Já estão na base logística da Eneva, em Manaus, quatro grupos geradores a gás (3,4 MW) produzidos na Alemanha e que serão usados pela primeira vez no Brasil. Os outros três grupos geradores do mesmo modelo chegarão a Manaus no final deste mês (julho).  Ao todo, serão sete geradores para fornecer energia à planta, que não terá conexão com a rede local.

Também serão entregues este mês cinco Cryoboxes (unidades modulares de liquefação de gás natural – mudança do estado gasoso para o líquido). Essas unidades se somarão a outras 16 que já chegaram ao canteiro de obras. Outras três Cryoboxes estão embarcando ainda este mês na Argentina, onde são fabricadas. Os 72 isotanques para armazenamento do gás natural liquefeito (GNL) em Azulão também já estão na base logística da Eneva em Manaus.

O Campo de Azulão terá um cluster com 3 poços produtores de gás natural, uma estação de tratamento, uma unidade de liquefação, uma estação de armazenamento e carregamento de GNL (gás natural liquefeito), além de uma unidade de geração de energia de aproximadamente 20 MW para garantir autonomia na operação do campo.

Isotanques para armazenamento do gás natural liquefeito.

Roraima

A UTE Jaguatirica II (RR) receberá nos próximos dias os últimos 48 isotanques, que se somarão as 120 unidades que já estão na planta, completando assim a encomenda de 168 isotanques para o armazenamento do GNL

Também estão previstas para chegar à UTE até setembro as turbinas a gás, a turbina a vapor, as caldeiras e partes do aerocondensador (equipamento que resfria o vapor promovendo a condensação do mesmo para retornar ao ciclo fechado de água/vapor), complementando os equipamentos principais nesta fase da obra.

Cerca de 500 trabalhadores atuam no local. A previsão é de ter 1100 funcionários no pico das obras.A seleção e o treinamento de profissionais locais que integrarão as equipes de operação da planta já estão sendo realizados. O programa inclui cursos profissionalizantes ministrados em parceria com instituição de ensino do Estado, seguidos de um período de estágio em outras plantas da Eneva antes do início das operações da UTE.