A Cemig aderiu aos drones. A empresa iniciou um projeto de P&D para inspecionar a rede elétrica por meio desses veículos. O fato de ter um sistema de distribuição e transmissão de energia caracterizado por circuitos que percorrem longas distâncias, desde a fonte até os clientes foi um dos motivos para essa iniciativa. A capilaridade dessa rede torna complexa a sua inspeção, bem como a identificação de problemas que possam causar danos ao sistema.
Atualmente, diz a empresa, as inspeções são realizadas por especialistas que desempenham a atividade visualmente ou com o auxílio de equipamentos como termovisores por meio de inspeções aéreas e terrestres. Esses profissionais percorrem circuitos pré-selecionados e estratégicos.

Esse projeto, aponta, está formatado com a meta de evoluir a gestão dos ativos em operação e atualizar tecnologicamente todo o sistema de inspeção de linhas de distribuição e transmissão. A iniciativa faz parte do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Para a ação foram selecionados veículos aéreos não tripulados (VANTs) para auxiliar nessas inspeções e detectar possíveis falhas no sistema elétrico da Cemig.

A iniciativa é uma  parceria entre a companhia, a Fundação de Cultura e Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão (FUNCEPE) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). O  orçamento é de mais de R$ 1 milhão e está em fase final de desenvolvimento de um algoritmo de detecção de ativos de rede. O objetivo é o de se concentrar na utilização de soluções de alto desempenho de processamento, de forma a permitir autonomia supervisionada de plano de voo com uso de visão computacional, GPS e sensores embarcados, bem como no uso de câmeras térmicas com processamento digital de imagens para detectar anomalias nos ativos.

As soluções, explica a empresa, serão obtidas por meio do desenvolvimento de um algoritmo de rotas inteligentes, que guiará o VANT na extensão das linhas e redes para coleta de imagens usando geoprocessamento e visão computacional e de um software, integrado ao Centro de Operações e ao VANT, que interpreta as imagens e gera relatórios para inspeções em campo. Também será desenvolvido um sistema de hardware e software com câmeras térmicas para detecção de ativos anômalos, bem como ferramentas offline de alto desempenho capazes de  mesclar imagens RGB e térmica.

Ao final do projeto, aponta a Cemig, espera-se obter um sistema que poderá ser útil também para outras empresas do setor elétrico com grandes áreas de concessão e que possuem as mesmas características e dificuldades atuais da Cemig.