Visando esclarecer algumas questões de variabilidade da produção fotovoltaica de usinas centralizadas ao longo do tempo e de determinadas condições meteorológicas e que influem nesse tipo de geração, a Empresa de Pesquisa Energética publicou nessa segunda-feira, 27 de julho, uma ficha técnica apresentando dados sobre o assunto.

Segundo o levantamento, o país opera atualmente com 2,9 GW solares e possui mais 4,5 GW contratados até 2025. Os projetos mais recentes concentram-se no Nordeste e no Norte de Minas Gerais, regiões que possuem características de irradiação similares.

Outra característica de semelhança é um perfil horário médio em todo país, entre 6 horas às 18 horas e pouca variabilidade interanual, cerca de 5% abaixo da média. Já a sazonalidade depende de cada região, sendo observadas variações entre 75% e 120% de sua média anual.

Quanto ao funcionamento de uma UFV em dias nublados, a análise esclarece que a produção individual é afetada, mas não cai a zero, e que mesmo em situações de céu encoberto, ainda há geração. Como dificilmente o Brasil inteiro vai estar nublado ao mesmo tempo e os empreendimentos estão espalhadas, o efeito total é reduzido e o resultado é parecido com um dia médio.

Por sua vez, na operação em tempo real, as oscilações são bem mais frequentes quando feitas com dados horários. Devido à suavização dos picos, essa diferença pode levar a subestimativa de perdas nas estimativas de produção a partir desses dados.

Para demanda máxima do Sistema Interligado Nacional, a fonte solar pode contribuir em alguns cenários, a depender muito do perfil de consumo avaliado. Se a máxima ocorre durante à noite, a contribuição será nula. Por fim, a EPE também anunciou que irá avaliar a possibilidade de estimar qual seria a contribuição conjunta dos recursos renováveis não controláveis – fotovoltaica e eólica – no próximo Plano Decenal.