O processo de venda das usinas a carvão da Engie Brasil Energia segue sem conclusão. Em teleconferência realizada nesta sexta-feira, 31 de julho, o CEO da empresa, Eduardo Sattamini, comentou que a venda ainda não está fechada. De acordo com ele, a UTE Pampa Sul (345 MW) ainda está sofrendo ajustes na sua operação e que ao fim dessa fase, as conversas para a venda serão retomadas. Pampa Sul é a última usina movida carvão viabilizada em um leilão de energia. A venda dos ativos movidos a esse combustível foi uma decisão tomada pela matriz da Engie e desde então a subsidiária brasileira tem feito tratativas para o desinvestimento.

Por sua vez, Jorge Lacerda (SC), por ser mais antigo e complexo, demanda uma outra solução de venda satisfatória, embora a Engie venha conversando com potenciais interessados. “Enquanto isso, vamos operando. É uma usina que não drena recursos da empresa”, disse Sattamini. Em fevereiro, a Engie havia revelado a intenção de inscrever Jorge Lacerda no leilão  A-5 com um contrato de 15 anos,  o que a alavancaria o ativo. O leilão acabou sendo suspenso por tempo indeterminado devido à pandemia.

Na teleconferência, o executivo disse ainda que a empresa flexibilizou contratos durante a pandemia, como por exemplo postergando alguns  pagamentos de forma ajudar os clientes a passar por esse período. “Cada cliente de acordo com a sua necessidade, a gente foi discutindo a possibilidade de flexibilização do contrato, sempre olhando maneiras de evitar impactos fortes”, explicou.

Sattamini também ratificou as diretrizes que a matriz da Engie  anunciou nesta sexta-feira, lembrando que a unidade brasileira já está em linha com o foco em renováveis,  infraestrutura e transição energética. ‘Para nós o impacto é nenhum, mas precisávamos dar essa informação ao mercado. É o reforço da nossa estratégia.

Comunicado

Mais cedo a empresa divulgou comunicado com orientações estratégicas da sua controladora indireta Engie S.A. para o crescimento sustentável do grupo, de modo que ela lidere a transição energética. O comunicado diz que a ordem é acelerar os investimentos em geração renovável e ativos de infraestrutura, com foco na transição, revisar a estratégia da área de serviços, que será avaliada com as prioridades estratégicas, e ainda, aprimorar o programa de desinvestimento, considerando venda de negócios não essenciais e participações minoritárias, aumentando a flexibilidade financeira de modo que ela permita o aumento do investimentos em energias renováveis e ativos de infraestrutura.

De acordo com Sattamini, a unidade do grupo no Brasil tem contribuído de forma relevante para o sucesso global da Engie e se encontra alinhada com as orientações do seu Conselho de Administração, o que não deve afetar a companhia. Segundo ele, os investimentos realizados na compra da TAG e na construção de eólicas e linhas de transmissão confirmam o interesse do Grupo Engie em se fortalecer como uma plataforma de investimentos em infraestrutura de energia.