O Conselho de Administração da Eletrobras aprovou em reunião realizada na última sexta-feira, 31 de julho, o seu Plano Estratégico 2020-2035. De acordo com a empresa, o plano define uma nova identidade empresarial e estabelece diretrizes e objetivos voltados ao crescimento e modernização da Eletrobras, de modo que estejam em concordância com as novas tendências do setor.
Caso a empresa seja privatizada, a previsão é que os investimentos em geração e transmissão cheguem a R$ 201,9 bilhões no período, sendo R$ 12,6 bilhões ao ano. Sem a privatização, os investimentos devem ficar em R$ 95,3 bilhões até 2035, com R$ 6 bilhões anuais. Sem a retomada das obras da usina de Angra 3, os investimentos até 2024 fiquem em R$ 3,7 bilhões.
O plano estratégico lembra do baque nas contas que a MP 579/2012 trouxe para os cofres da empresa, que a levou para um prejuízo de R$ 31 bilhões entre 2012 e 2015 e uma perda de valor de mercado de 65%. Esse cenário levou a execução entre os anos de 2016 a 2019 de fortes ajustes para que ela retomasse o equilíbrio, baseado no aumento da eficiência operacional e redução de endividamento. Por outro lado, houve redução na capacidade de investimento e a distribuição de dividendos.
A pandemia de Covid-19 também foi abordada no plano. Para a estatal, há riscos como a redução da demanda de amplitude incerta. Por isso, vai permanecer a sobre oferta e o adiamento de novos leilões, além de atrasos nos investimentos atuais. A pandemia deve trazer ainda o adiamento da discussão e sobre o projeto de lei de modernização do setor e do processo de capitalização da Eletrobras.
Segundo a empresa, a descarbonização, a diversificação das fontes, a geração distribuída e a digitalização vão demandar ajustes no atual modelo setorial. Para o futuro, a Eletrobras prevê a necessidade de ter robustez para avançar tanto em cenários de forte crescimento e competição quanto em um de competição moderada e com baixo crescimento. Esses cenários apostam em modernização ampla do marco regulatório, expansão da demanda, gestão descentralizada dos riscos e diversificação da matriz, com aumento das renováveis e uso do gás do pré-sal na geração.
A Eletrobras hoje tem 51,1 GW de capacidade instalada, cerca de 30% do total e outros 71,1 mil quilômetros de linhas de transmissão, que é 45% de participação. Em 2019, os investimentos devem ficar em R$ 3,3 bilhões.