O consumo de energia no mercado livre avançou 1,7% em julho, na comparação com o mesmo período de 2019, resultado que reflete a retomada gradual da atividade econômica após o período de maior isolamento social, avaliou a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), com base em dados atualizados até o dia 24 de julho.

O mercado regulado, por sua vez, registrou retração de 2,6% no período. Os percentuais não consideram expurgos de migrações entre os ambientes. No Brasil como um todo, o consumo de energia apresentou retração média de 1,2% nas três primeiras semanas de julho, em relação ao ano passado.

Em abril, o país enfrentou a maior queda no consumo de energia elétrica devido às medidas de combate ao Covid-19. A retração chegou a 12,1% no Sistema Interligado Nacional (SIN), com diminuição de 11,5% no mercado regulado e de 13,6% no livre.

A CCEE reforça que os os dados são preliminares e não considera os dados de Roraima, único estado não interligado ao sistema elétrico nacional.

Indústria

Com relação ao consumo de energia por ramo de atividade, em julho, já é possível observar a retomada em cinco segmentos: bebidas (8%), saneamento (7%), químicos (3%), alimentos (3%) e minerais não-metálicos (2%). Outros setores ainda apresentam retrações expressivas, mas menos intensas do que as registradas nos meses de maiores restrições.

Já expurgados os efeitos de migrações para o mercado livre, os setores com as quedas mais relevantes foram os serviços (-23%), a indústria automotiva (-17%), transportes (-13%) e o segmento têxtil (-11%).

Estados em retomada

A CCEE analisou ainda o desempenho do consumo de energia elétrica dos estados. Quando se avalia o resultado de julho (até o dia 24), percebe-se que oito estados apresentaram elevação, com o maior percentual verificado no Amapá (7%), seguido por Pará e Mato Grosso, com alta de 5% cada, Amazonas apresenta alta de 4%, além do Maranhão e do Tocantins, empatados com crescimento de 3%. Goiás e Rondônia encerram a lista dos estados que elevaram seu consumo no último mês com alta de 2%. Três estados tiveram estabilidade: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

Por outro lado, ainda apresentam reduções expressivas o Rio Grande do Sul (-10%), Mato Grosso do Sul (-7%), Paraná (-6%) e Sergipe (-6%).