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A aquisição da fatia de 18,5% do BNDES na AES Tietê feita pela AES Corporation, anunciada no fim de julho, vai possibilitar à geradora prosseguir com o foco na sua estratégia de ativos 100% renováveis. Não à toa a empresa anunciou a compra de mais um ativo eólico, dessa vez no Rio Grande do Norte, junto à J Malucelli cujo fato relevante foi publicado na noite da última quarta-feira, 5 de agosto. Apesar desse movimento,  empresa prevê que seu capex neste ano deverá ficar em R$ 225 milhões já que a aquisição se dará via financiamento.

Em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia, a diretora de Relações com Investidores da empresa, Clarissa Sadock, disse ainda que a aquisição por parte da AES Corp. também encerrou a discussão corporativa que havia e permitiu a sugestão para a migração da empresa para o novo mercado, o que vai propiciar um aumento de liquidez e de investidores interessados. Nessa categoria só há uma classe de ação.

“Isso já traz bastante benefício e no novo mercado, fortalecemos ainda mais a nossa governança”, afirmou.  A aquisição foi concluída ainda na quarta-feira, 5 de agosto, Com isso, a The AES Corporation passou a  ter um total de 42,9% do capital social da AES Tietê, equivalente a 71% das ações ordinárias e 24,5% das ações preferenciais.

Segundo a executiva, o empreendimento recém anunciado fica localizado no mesmo cluster do projeto Cajuína, de 1,1 GW, que também da empresa. E a expansão deverá continuar, seja por contatos no ambiente livre ou por aquisições de ativos, sempre em fontes renováveis. A geradora atualmente desenvolve dois projetos no ACL na planta Tucanos, com os clientes Unipar e Anglo. “Vamos continuar trabalhando nesse mercado”, acrescentou.

A diretora da empresa vê desde junho um momento melhor no mercado, já sem discussões sobre renegociações de contratos. “Os clientes já olham para o futuro. A gente vê uma situação bem melhor do que aquela do começo da pandemia”, pontuou. Ela lembrou que no começo, todos queriam entender o que ia acontecer. “Da mesma maneira que nós fomos aos bancos e reforçamos o nosso caixa, muitos clientes também vieram conversar para discutir se poderíamos flexibilizar volume”, citou.

E ainda, com um novo modelo setorial em vias de ser aprovado no Congresso Nacional, a AES Tietê vem se preparando para as novidades do setor, como a entrada do preço horário e a abertura do mercado dos próximos anos. Segundo Clarissa Sadock, a empresa tem investido em tecnologia e vai se valer de ter um portfólio variado, com usinas hídricas no Sudeste, eólicas e solares, para oferecer o melhor produto para o cliente. “Isso nos dá uma posição diferenciada para esse mercado que está para vir”, concluiu.