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Após difíceis meses de março e abril por conta da pandemia de covid-19, a Neosolar viu uma melhora da situação nos meses seguintes. A empresa teve bons resultados no bimestre maio e junho, em que chegou até a registrar recorde nas vendas. De acordo com Raphael Pintão, diretor da empresa, o ano está se revelando positivo para a companhia, que atua na distribuição de produtos da cadeia solar, como painéis, sistemas on e off grid e veículos elétricos.
“Olhando os números e condições, a gente prevê que vai bater a meta do ano mesmo com esses meses que foram piores e vai ter um crescimento de 30% em relação a 2019”, afirmou.
Com forte atuação no mercado solar off grid, essa parte dos negócios manteve-se inalterada durante a pandemia. O mercado tem relevância menor que o tradicional de sistemas solares. Essa modalidade é diferentes da GD tradicional. Mais caros, são usados por setores com sítios que estão fora da rede e precisam de energia, como telecomunicações, agronegócios e motorhomes. “Ele atende uma necessidade que não apenas economizar energia ou reduzir emissão. Tem suas dificuldades e barreiras, mas como tem esse apelo, ele resolve um problema”, comentou.
Uma outra área de atuação da empresa que mereceu destaque foi a de cursos. Segundo o diretor, os cursos que antes eram presenciais, foram adaptados para o ambiente virtual. “A gente precisou transformar o curso em online e eles estão funcionando bem também. Não são gravados, são ao vivo. Já fizemos três e vamos para o quarto”, indicou.
O executivo lembrou que a variação pela qual passa o dólar nesse período é motivo de alerta para o setor. As altas constantes afetam as margens das empresa. “Uma coisa é vender, mas temos dificuldade com essas oscilações. Fazemos muitas importações, muitas vezes quando vamos pagar o valor sobe tanto que nem compensa e não temos como mitigar”, descreveu.
Para Pintão, apesar do pior momento já ter passado e acreditar que o setor seja menos afetado que outros, a situação econômica do país preocupa. O alto número de empresas fechando faz com que os reflexos no setor se ampliem. “Não temos muita clareza se esses efeitos econômicos no país vão ser maiores ou menores. A gente tem dificuldade de fazer essa previsão, mas estamos bem pé no cão, sem fazer muita loucura”, acrescentou.
Sem atuar mais na instalação de equipamentos para Geração Distribuída, Pintão acompanha de longe a discussão sobre as novas regras que deverão ser estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica. Ele disse acreditar tanto uma corrida para as instalações de sistemas ainda enquadrados na regras antigas quanto quem está aguardando para ver quais vantagens poderão ser aferidas.
Veículos Elétricos – A Neosolar atua nessa área por meio do seu braço chamado Neocharge. Para o diretor, a mobilidade elétrica do país está atrasada. Ser um dos maiores mercados do mundo com uma indústria automotiva desenvolvida aliada a forte presença das renováveis e com a proximidade das reservas bolivianas de lítio deveria fazer com que o Brasil tivesse uma posição melhor que a atual. O pouco entusiasmo após o plano Rota 2030 traz a necessidde de um novo plano nacional. “Acho que estamos perdendo o timing. Temos um grande projeto com uma montadora, há coisas acontecendo, mas muito aquém do que a gente gostaria”, observou.