A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou o Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ da AES Tietê e de sua nona emissão de debêntures no valor de R$ 2,2 bilhões, classificando a Perspectiva como Estável. A avaliação vem após o anúncio da aquisição de 18,5% da empresa pela AES Holdings Brasil II e da compra de três parques eólicos da J. Malucelli, movimentos que não alteram os robustos fundamentos de crédito da companhia, na visão da agência.

A análise aponta que a transação limita a flexibilidade de redução de dividendos na empresa, ainda que ela não possua nenhuma obrigação formal com o pagamento da dívida, uma vez que não fornece qualquer tipo de garantia, além do acesso ao seu caixa ser limitado aos dividendos.

O cenário-base já considerava o fato da Tietê pagar valores correspondentes a 95% de seu lucro líquido, porém com menor flexibilidade de recuo destes até a quitação desta dívida, o que aumenta o desafio de adequação da estrutura de capital após o término das concessões correspondentes a cerca de 70% de sua capacidade instalada, atualmente programada para ocorrer em 2029, mas que pode ser prorrogada por mais um ou dois anos com a solução para a liquidação de seu passivo junto à CCEE.

A Fitch enxerga a compra dos projetos eólicos com um reduzido impacto sobre o perfil financeiro e, ao mesmo tempo, fortalece seu perfil de negócios, por meio de uma maior diversificação de ativos.  O Ebitda anual desse projeto foi estimado em R$ 80 milhões, com desembolso de R$ 449 milhões a serem pagos em 2020 e 2021, e assunção de uma dívida líquida de aproximadamente R$ 201 milhões.

Para a agência a companhia manterá forte perfil financeiro, apresentando um pico no índice dívida líquida/EBITDA em 2020 de 4 vezes (sendo 3,8 vezes em bases pro forma, considerando o ano inteiro de operação dos ativos adquiridos), que inclui a expectativa de desembolso total de R$ 1,1 bilhão referente à resolução da dívida com a CCEE, retornando para patamar abaixo de 3,5 vezes, a partir de 2021, em linha com sua classificação. A compra eleva este índice em torno de apenas 0,3 vez em relação a um cenário sem aquisição.