O Operador Nacional do Sistema Elétrico abrirá a partir da próxima segunda-feira, 17 de agosto, as inscrições para o seu primeiro hackathon. O evento terá um formato inovador em função das medidas de isolamento social por conta da pandemia de covid-19. Ao invés de reunir grupos como normalmente ocorre em um mesmo local por horas a fio, o Datathons – como o operador nomeou seu evento – será feito por meio de apresentações e eventos com duração de três semanas até o resultado do processo, previsto para o dia 25 de setembro. No foco desse está a busca por soluções para um problema real com base em ciência de dados e inteligência artificial.
“A ideia por detrás desse evento é claro, é ter benefício para o ONS sim, mas é inovar no sentido da prática de fomento à inovação e de relacionamento do ONS”, comenta o diretor de TI, Relacionamento com os Agentes e Assuntos Regulatórios, Marcelo Prais. “A busca é por atrair novos parceiros e fomentar nichos de desenvolvimento tecnológicos com os quais a gente não costumava se relacionar”, acrescenta o executivo em entrevista à Agência CanalEnergia.
O público alvo do Datathons são universidades e centros de pesquisas vinculados à academia e estudantes em nível de graduação e pós graduação apoiados por seus professores. A meta é aplicar a solução escolhida ao negócio do ONS face a um problema real a ser revelado posteriormente, que está no foco do primeiro evento realizado pela entidade. Esse evento é organizado pelo Elo Group com patrocínio da Amazon Web Services e Microsoft. “Queremos atrair a comunidade para o ONS e sejamos percebidos como uma empresa focada em inovação e tecnologia”, afirmou o executivo.
Poderão participar interessados de todo país e que se enquadrem nos critérios estabelecidos pelo Operador. O próprio ONS fará o convite às 20 principais universidades. Nesse evento, diante da infraestrutura e do escopo do projeto serão selecionados para a próxima fase 10 grupos de até seis pessoas cada.
O coordenador do projeto, Elvis Galiza, lembra que esse projeto é um desafio para o próprio ONS e seu tema está diretamente relacionado ao futuro do operador, o de ser uma organização digital. Ele ressalta ainda a importância da instituição, que mais do que viabilizar a operação do setor elétrico, tem um ativo muito mais importante: os dados de um segmento vital para o país e sua economia.
Galiza explica que o programa do evento começa já no dia 20 de agosto com as primeiras palestras pré evento, abertas ao público, uma de cada um dos patrocinadores e do próprio ONS. A meta é dar publicidade ao processo para poder atrair o maior número de inscrições possíveis e apresentar a organização de forma mais ampla. Dentre os temas estão Data Science, Machine Learning para Power Utilities, e ainda, a estratégia do operador e sua visão sobre inovação e tecnologia.
Em 31 de agosto tem iniciada a fase de seleção dos grupos que participarão do processo. Segundo o cronograma, no dia 8 de setembro os escolhidos serão divulgados e estes participarão de palestras voltadas especificamente ao desafio. Na semana de 21 a 24 de setembro será o período de preparação dos Pitches com a banca constituída. A apresentação ocorrerá em 25 de setembro. Sendo que cada grupo terá de 10 a 15 minutos para apresentar a solução. Nesse mesmo dia será divulgado o resultado.
Prais reforça que esse passo é mais uma iniciativa que segue o foco de sua gestão, iniciada em maio, que tem como pilares a transformação digital e inovação. Tanto é que essa busca se refletiu em uma restruturação concluída na área de TI do ONS, mas que ainda não foi implantada. Ele conta que foi criada uma nova gerência de Dados, específica para a arquitetura desse ramo do conhecimento. Além disso, ressalta que a questão da inteligência artificial é um dos componentes importantes para o Operador.
“Somos um hub de informações e repositório de dados, nossa intenção é a de evoluir nesse sentido e propiciar que haja um consumo inteligente de dados do ONS na digitalização do nosso sistema e não simplesmente que ocorra a geração de relatórios estáticos como fez até hoje. Então é criação de APIs de consumo, é uma outra visão de uso e de consumo de dados. Tanto pelos agentes quanto o ONS e para seu próprio uso para instrumentalizar decisões, aplicações em salas de controle, várias aplicações que estão em curso e que levam em conta a inteligência artificial também”, afirma Prais.