A saída de Salim Mattar da Secretaria de Desestatizações do Ministério da Economia não deve trazer grandes impactos no processo de privatização da Eletrobras. Em teleconferência para analistas realizada nesta quinta-feira, 13 de agosto, o presidente da estatal, Wilson Ferreira Junior, revelou que a saída de Mattar de fato não era boa, mas que o processo não era centrado em apenas uma pessoa. Ele lembrou o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro na véspera, feito ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, em que reforçou o compromisso fiscal e a necessidade das privatizações.

“Acho que esse compromisso não foi alterado, ele está sendo prejudicado em termos de timing porque temos que reconhecer que a pandemia impõe uma agenda ao congresso voltada para proteção da sociedade”, explicou o executivo, que reconhece o esforço do governo no processo. Ainda segundo Ferreira Junior, o projeto de lei que autoriza a  privatização deve ser retomado após a pandemia e a capitalização ocorra no começo do ano que vem.

Para ele, hoje já há um entendimento melhor de senadores sobre o processo. Segundo o presidente da Eletrobras, três fatores vão dominar a demanda do Senado: uma destinação  maior da CDE; a instituição da Golden Share, que estava no PL do governo Temer e algum tipo de compensação para a região Amazônica, assim como está prevista para a região Nordeste, pelo rio São Francisco. “Essas discussões devem avançar, hoje o projeto já tem uma compreensão maior”, avaliou.

Ferreira Júnior considera a agenda da privatização como inevitável, já que vai atrair capitais externos, engatando  novos investimentos para a Eletrobras e deixará a empresa mais eficiente. Com isso, a companhia poderá recolher mais impostos, além de valorizar mais os papéis que o governo ainda terá na estatal.