Mais uma agência de classificação de risco avaliou as recentes mudanças na AES Tietê face a saída do BNDESPar e o investimento da geradora ao comprar ativos de geração eólica. Segundo a Moody’s, o negócio que elevou a participação final do grupo AES Corporation, que tem nota Ba1, estável, aumentou de sua fatia nas operações brasileiras de 24,4% para 42,9% com a aquisição dos 18,5% do banco de investimento, e a compra do complexo eólico da J. Malucelli Energia totalizando 187 MW instalados capacidade no Rio Grande do Norte são positivos.
“Entendemos que essa estrutura não impacta a alavancagem da AES Tietê, pois não há default cruzado entre a empresa e esta dívida e assumimos as entidades não incorrerá em novas dívidas contendo provisões de default cruzado”, apontou a Moody’s. “Nosso cenário de base já incorporou 100% de pagamento de dividendos da AES Tietê, então não há vazamento de caixa adicional com a mudança de acionistas”, acrescentou ao se referir ao aumento da participação da Corporation na Tietê.
E ainda, de acordo com as projeções da agência, há cobertura adequada da AES Tietê no fluxo de dividendos para o serviço da dívida intermediária, limitando o risco de pressão para transferências de dinheiro adicionais. E ainda, dívida em aberto da AES Tietê estipula covenant Dívida Líquida / EBITDA de 3,85x.
Com a transação, está excluído o potencial de aquisição da Eneva, o que mantém a estratégia da empresa de diversificar seus ativos de geração de energia na geração de energia eólica / solar, mitigando sua exposição ao risco hidrológico, mantendo um portfólio focado em fontes renováveis de energia. “Além disso, vemos a aquisição como uma demonstração de apoio e importância do local operação à estratégia global da AES Corporation”, apontou.
Por sua vez, a aquisição do complexo de energia eólica Ventus tem impacto mínimo na alavancagem da geradora. A aquisição adiciona mais 5% da capacidade da empresa capacidade de geração e cerca de R$ 80 milhões de EBITDA anuais. O complexo tem uma dívida líquida de cerca de R$ 201 milhões, aumentando o endividamento total da empresa em 4%. “Consideramos que a AES Tietê financiará esta aquisição com uma combinação da posição de caixa atual e alavancar se necessário.
A proximidade com a resolução de disputa judicial do GSF deverá contribuir para redução de métricas de crédito no curto prazo da geradora. Esse é um Um grande fator para o aumento da alavancagem, a projeção da agência é de que ainda este ano a empresa pagará integralmente o valor provisionado de R$ 1,1 bilhão decorrente do GSF. Nesse cenário, a dívida líquida projetada sobre o resultado EBITDA pode aumentar para até 3,5 vezes de 2,4 vezes em junho de 2020.
“A empresa reportou uma forte posição de caixa de R$ 2 bilhões em junho de 2020, que entendemos ser adequada para atender esta obrigação, em caso de necessidade”, afirmou a Moody’s, que espera até o final do ano a resolução desse tema, já contando com a resolução da Aneel nesse período.