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A pandemia de Covid-19 serviu para testar os fundamentos de muitos setores econômicos e, pelo que parece, o mercado de energia solar demonstrou resistência a crise. Os dados trazidos pela consultoria Greener, com base no comportamento do setor solar no primeiro semestre de 2020, confirmam a força dessa tecnologia que veio para ficar no Brasil.

Isso não significa dizer que o setor solar não foi afetado pelo coronavírus, principalmente no segundo trimestre do ano, quando foram importados 877 MW em módulos fotovoltaicos contra 1.614 MW no primeiro trimestre. A desaceleração de um trimestre para outro confirma os efeitos da pandemia. No entanto, quando se olha para igual período em 2019, nota-se um crescimento de 93% em 2020.

Os módulos nacionais representam 4,4% do mercado no primeiro semestre, fornecendo 109 MW, contra 2.490 MW importados. Recentemente, o Governo Federal zerou as taxas de importação até o final do ano para um conjunto de equipamentos eletrônicos cujo similar não existe no Brasil, favorecendo a redução de custo dos insumos para energia solar. A expectativa é que a importação de módulos solares fique ainda mais competitiva no segundo semestre, mesmo com a desvalorização do Real frente ao Dólar.

No primeiro semestre deste ano, foram importados 2,26 GW em inversores para geração distribuída e centralizada, crescimento de 128% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2020, observou-se uma mudança no perfil do porte dos inversores: aumento na faixa de inversores de 10 a 50 kW e diminuição de inversores de potência superior a 50 kW.

Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que as instalações de energia solar de janeiro a julho de 2020 já correspondem a 30,6% do total já conectado à rede. O país já soma 3 GW de energia solar em operação, sendo 907 MW conectados apenas no primeiro semestre deste ano.

Preço menor amplia o acesso a energia solar

Com base em pesquisa de mercado, a Greener identificou que os módulos fotovoltaicos tiveram uma queda de preço de 20% no semestre. Isso só foi possível devido ao ganho de eficiência tecnológica no cenário internacional, ao ganho de escala em nível nacional e a alta competição do mercado. Estima-se que haja 14.200 empresas integradoras estejam ativas.

“Um drive fundamental é o preço, sobretudo a dinâmica da evolução dos preços aos cliente final”, destacou Márcio Takata, presidente da Greener, durante webinar realizado na última segunda-feira, 17 de agosto. Ele explicou que a desvalorização cambial impactou em 45% o custo dos equipamentos importados, sobretudo nos meses de março a abril. Contudo, esse sobrecusto foi marginalmente repassado, reforçando “o papel da cadeia de distribuição em amortecer esse impacto”.

Segundo a Greener, houve ligeira redução nos preços dos sistemas até 8 kWp, ficando estável em 12 kWp. Para potências de 30 kWp ou mais, houve aumento nos preços, com variações mais significativas para potências mais altas.

O aumento do volume de integradores permitiu um ganho de escala, reduzindo os custos dos serviços, porém sinaliza que também houve redução de margens de lucro dos integradores – ponto que merece atenção para que a competição não resulte em perda de credibilidade e qualidade para um produto cujo investimento é de longo prazo.

Não se sabe, contudo, até quando se manterá essa estabilidade de preço, uma vez que o reaquecimento da demanda tem provocado aumentos de preços no começo de agosto.

Os fabricantes e integradores estão buscando módulos mais eficientes, ou seja, que geram mais energia com o mesmo metro quadrado. A tecnologia PERC representou 54% do total de módulos fotovoltaicos importados até julho. No mesmo período do ano anterior este valor foi 27%.

Perfil do cliente

A redução de custo nos equipamentos já permite o acesso à energia solar para além das classes mais ricas da sociedade. Além disso, o estudo mostra os sistemas estão sendo acessados por um público cada vez mais jovem. Em 2017, aproximadamente 22% do público que adquiria sistemas fotovoltaicos possuía menos de 50 anos. Em 2020, este número ultrapassa 55%.

“A GD começa aos poucos a atingir uma ampla camada da população. Logo, muda as formas de marketing e vendas. Os integradores precisam saber como acessar esses milhões de consumidores de uma forma mais eficiente”, alertou Takata.

Vale destacar também que a redução gradual no tempo de retorno do investimento, linhas de financiamento mais acessíveis e o cenário internacional de taxa de juros baixa contribuem para que o investimento em autoprodução de energia solar fique mais atrativo.

A Greener elaborou sua pesquisa de mercado entrevistando 2.104 empresas Integradoras no período de 21 de maio a 30 de junho de 2020. A pesquisa contou com uma amostragem de empresas de todo o país, de todos os portes e idades, obtendo assim uma amostra heterogênea do mercado de integração fotovoltaica.