A Copel Telecom realizou audiência pública virtual nesta quarta-feira, 19 de agosto, com 227 participantes, em mais uma etapa do processo de privatização da companhia cujo controle é do Governo do Paraná. A companhia atende a 206 mil clientes e tem uma rede preparada para atender até 1 milhão de usuários de internet fibra ótica, disse o CEO da corporação, Wendell Oliveira.
A empresa está experimentando um crescimento diário de novos clientes, que foi acelerado pelo advento da pandemia de coronavírus. “O mercado de telecomunicação é muito competitivo e muito intensivo em capital e sabemos que com as amarras de empresa pública não temos condição de competir nesse mercado”, justificou o executivo.
Desde julho os interessados podem acessar a sala virtual com as informações detalhadas da companhia. A expectativa é de que em breve seja lançado o edital com o preço mínimo de arrematação. A melhor estimativa é que o leilão de privatização seja realizado no quarto trimestre de 2020.
O Governo de Paraná é o principal acionista, com 31,1% no capital total, seguido pelo BNDES (24%), além de um free float de 44,9%
Segundo Oliveira, a Copel já investiu mais de R$ 1,2 bilhão (valores históricos) no negócio e vê dificuldade de continuar crescendo em um mercado altamente competitivo. A empresa já teve 70% do market share do Paraná – hoje esse número está em 22%, ainda assim quase o dobro do segundo colocado. Cerca de 50% desse mercado está na mão de outros fornecedores de internet, abrindo espaço para um processo de consolidação na região.
A empresa tem 36 mil km de fibras óticas próprias e a expectativa da chega da tecnologia 5 G, cuja licitação está prevista para o primeiro semestre de 2021, é uma grande oportunidade para expandir e criar novos negócios para os compradores.
“O 5 G vai trazer uma série de mudanças do setor. É uma tecnologia de disruptiva que vai mudar a forma que vamos fazemos as coisas, mas vai exigir grandes investimentos em fibras óticas”, disse Oliveira.
Para o executivo, o modelo de privatização adotado “é o melhor”, pois garante transparência e segurança jurídica para os compradores, uma vez que todos os contratos atuais foram homologados pela Agência Nacional de Energia Elétrica Elétrica (Aneel). “Isso dá uma garantia jurídica muito grande para o potencial comprador.”
Oliveira garante que não existe risco de interferência governamental no processo de privatização da Copel Telecom, que tem total apoio do governador do Paraná, Ratinho Junior.
Por fim, o executivo disse que os mais de 371 funcionários podem ficar despreocupados, pois todos serão alocados em outras subsidiárias do grupo Copel, mas a “aeronave” não será vendida sem ninguém para operar.