A pandemia do Covid-19 causou uma postergação de dois anos na necessidade de contratação de potência elétrica, passando de 2024 (PDE 2029) para 2026 (PDE 2030), segundo o novo caderno do Plano Decenal de Energia 2030 que trata do assunto, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) nesta quinta-feira, 20 de agosto. Para reduzir o nível de incerteza dos agentes sobre o planejamento do setor elétrico pós-pandemia, o órgão tem divulgado desde julho os cadernos em fases.

O PDE 2029 apresentou, já a partir de 2024, necessidade de expansão termelétrica para atendimento de capacidade de potência. No entanto, a crise de saúde mundial provocou um impacto expressivo na economia brasileira e mundial. A projeção de crescimento médio do PIB é de 2,9% a.a. entre 2021 e 2030.

Para 2020, a previsão de crescimento de 2,2% se transformou em uma retração de 5%, segundo o boletim Focus. Para a economia mundial, estima-se um crescimento médio de 3,6% a.a. entre 2021 e 2030.

“A pandemia de Covid-19 provocou um impacto expressivo na economia, resultando em uma redução na projeção da demanda de potência ao longo do horizonte, se comparada com o PDE 2029. Em 2029, esta redução é da ordem de 10 GW”, destaca a EPE. Para 2030, a previsão de demanda máxima é de 123 GW, o volume é 34% superior ao observado em 2020

O suprimento de potência busca atender à demanda elétrica do país em todos os instantes, considerando a disponibilidade os recursos. Atualmente a avaliação de capacidade é feita pela análise de atendimento à demanda máxima instantânea.

O principal atributo das usinas termelétricas é prover flexibilidade e contribuir para o requisito de potência. No entanto, outras tecnologias se mostram viáveis para cumprir esse papel, como modernização de hidrelétricas, resposta da demanda e tecnologias de armazenamento.

Cabe destacar que a motivação inicial para contratação de mais térmicas para entrada em operação a partir de 2024 considerava premissas como crescimento médio de 3,7% da carga até 2029, a mudança da composição da matriz elétrica (menor participação de hidrelétricas e maior expansão das fontes variáveis, em especial solar e eólica), fim de contratos de térmicas a partir de 2023, fim dos subsídios do PPT (gás natural) e CDE (Carvão) e fim de visa útil das usinas.

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