O Índice Comerc aponta que com a flexibilização das medidas de isolamento implementadas para a contenção da Covid-19, o mercado deu os primeiros sinais de recuperação a partir de junho. O volume de vendas do comércio varejista, por exemplo, retomou o patamar pré-pandemia – com alta de 0,1% em comparação a fevereiro segundo o IBGE – e o consumo de energia, considerado um dos termômetros da economia, também indica retomada: alta de 7,7% em julho no acumulado em comparação ao mês anterior (junho, que também registrou alta de 6,54% em comparação a maio). O índice mostra dede 2015 o consumo de energia nos onze principais setores econômicos.
Dez dos onze setores econômicos monitorados fecharam o mês com alta no consumo de energia – com exceção de Siderurgia & Metalurgia, que registrou ligeira queda de 4,41%, em relação a junho, mas dentro da média histórica. Na comparação com julho de 2019, cinco setores registraram alta: Manufaturados, com alta de 13,56%; Química, que subiu 7,01%; Materiais de Construção, com aumento de 5,79%, Alimentos, com alta de 3,98% e Papel e Celulose, que cresceu 2,7%.
O desempenho desses setores vem chamando a atenção desde o início da pandemia. Após oscilar entre altos e baixos ao longo dos últimos 12 meses, eles registraram queda acentuada em março e abril, mas logo retornaram seus patamares de consumo de energia. De acordo com Marcelo Ávila, vice-presidente da Comerc Energia, dentre todos os setores, Papel & Celulose foi o que mais se destacou no primeiro semestre deste ano. Segundo ele, além do recuo de 6,6% na produção nacional de celulose em 2019, a alta procura por papéis para fins sanitários e embalagens elevou a demanda por celulose em todo o mundo, ajudando o setor a ir na contramão da crise.
Em julho, o destaque foi para o setor de Manufaturados, que registrou aumento de 11,72% no consumo de energia em relação a junho, após altas de 23,48% e 41,84%, considerados relevantes, mesmo após as quedas de abril. A alta está em linha com o aumento da atividade industrial, que vem registrando altas consecutivas desde maio, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria. Para Ávila, apesar dos momentos de incertezas que atravessamos desde o início da pandemia, o reaquecimento da indústria é um indício importante de retomada da economia. Ainda segundo ele, a capacidade de adaptação demonstrada por alguns setores será fundamental para os rumos da economia daqui em diante.