Em evento virtual realizado pelo Lide Empresarial na última segunda-feira, 24 de agosto, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior acenou com a contratação de um compliance específico para a retomadas das obras da usina nuclear de Angra 3, parada desde 2015. A obra da usina esteve envolvida em corrupção, revelada pela operação Lava Jato, que culminou com a prisão de executivos da Eletronuclear. “Para retomar todos os contratos, estou chamando uma empresa bem forte para ser o compliance dessa retomada”, avisa.
O presidente da Eletrobras defendeu a conclusão da usina, ressaltando a sua importância para o sistema e a expertise que a Eletronuclear já possui. As usinas de Angra 1 e 2 são consideradas algumas das mais confiáveis e eficientes do mundo. “A usina está em um raio de três cidades que mais consomem energia no Brasil, Rio, Belo Horizonte e São Paulo”, explica. A falta de usina com reservatórios também foi outro motivo que na opinião do presidente da Eletrobras ela se mostra necessária, além de não poluente. Em operação, o preço da energia da térmica nuclear deslocaria a geração térmica de alto custo.
Ainda segundo Ferreira Junior, a obra já custou em torno de R$ 11 bilhões e deverá custar R$ 25 bilhões. Não terminar a usina traria perdas de até 20% do valor da Eletrobras, devido à baixa de valores em balanços e contratos com fornecedores. “Parar a usina é mais caro do que concluir. Para a Eletrobras e para o Brasil [concluir] é o melhor”, comenta. Embora gaste cerca de R$ 10 milhões por mês com a manutenção do campo parado, a retomada pode ser feita a qualquer momento. A tecnologia será a mesma das plantas 1 e 2, que é a mesma usada no mundo. mas a instrumentação da usina será digital.