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Após quase três anos desde que arrematou a UHE São Simão (1.710 MW, MG/GO) a SPIC voltou a fechar uma aquisição no Brasil. E essa veio na forma de geração termelétrica, por meio da participação de 33% nas usinas do Complexo do Açu que demandarão um investimento estimado inicialmente em R$ 2,6 bilhões para as duas primeiras unidades já em construção. E ainda, caso as outras duas centrais de geração sejam tocadas, poderá alcançar R$ 9 bilhões, de acordo com a cotação do dólar em R$ 5,60, considerando que o investimento total nas quatro usinas pode chegar a US$ 5 bilhões.
Em entrevista à Agência CanalEnergia, a presidente da empresa no país, Adriana Waltrick, disse que esse movimento da SPIC está alinhado à estratégia que tem quatro pilares de expansão. Além da fonte hídrica, da eólica e solar – bem como um futuro de plantas híbridas -, térmicas a gás e o smart energy com a integração de fontes e da gestão de sistemas elétricos, com smart cities e buildings.
“Essas térmicas entram para ocupar um dos nossos pilares estratégicos e ainda mais em um país onde as perspectivas são positivas, com uma lei para o gás natural em andamento no Congresso Nacional, sem deixar de citar ainda o PDE 2030 que aponta uma participação importante dessa fonte na matriz para garantir a segurança do fornecimento”, comentou a executiva.
Adriana lembrou que, na China, a SPIC é um dos cinco principais grupos geradores de energia, com capacidade total instalada de cerca de 150 GW. Desse volume, detalha, são 71,5 GW de energia térmica, pouco mais de 20 GW em hidrelétricas, 4,5 GW de energia nuclear, 9 GW de solares e 12,6 GW eólicos. Além disso é fabricante de placas na China. Até por esse histórico, a empresa aposta na integração das fontes com as quais trabalha como uma forma de ter maior eficiência e competitividade. Por isso o movimento rumo a esses ativos térmicos.
Apesar da controladora na China ser originada da união entre a China Power Investment Corporation e a State Nuclear Power Technology Corporation, SPIC Brasil descarta a participação em projetos nucleares no Brasil, mais especificamente Angra 3. De acordo com a executiva, essa fonte não está no plano estratégico da companhia.
Por aqui, além de São Simão, SPIC tem dois projetos eólicos que somam 58 MW de potência instalada no Nordeste. Considerando a participação da empresa nas duas usinas do GNA deverá chegar ao final de 2023 com 1,8 GW. No acordo que a companhia fechou com a Prumo, BP e Siemens, há a opção para participação nos futuros projetos de expansão GNA III e GNA IV, que preveem a utilização combinada do GNL e de gás doméstico.
A presidente afirma que a empresa está “seriamente interessada” em levar adiante esses outros dois projetos. Contudo, ressaltou que a fonte depende basicamente das negociações em leilões, apesar de ver espaço para atender a clientes diretamente no mercado livre.
Mas, pelo que a executiva contou, a empresa não deverá parar por aí. Até para avançar em outro pilar, o solar e o eólico a geradora continua a avaliar projetos nas duas fontes pela região Nordeste, sem privilegiar um estado especificamente. O que a empresa leva em consideração são os fundamentos do empreendimento.
“Buscamos bons projetos que podem estar em diferentes estágios, desde greenfield até mesmo aqueles que já estão em operação comercial. Olhamos o portfólio de projetos”, destacou. E ainda comentou que não há um foco específico quanto ao ambiente de comercialização, para as renováveis pode ser o regulado tanto quanto o livre, ou mesmo a combinação de ambos.
São Simão
Além da novidade em relação ao negócio no estado do Rio de Janeiro, a SPIC está iniciando os trabalhos de modernização na UHE São Simão, compromisso assumido em contrato firmado no leilão realizado em setembro de 2017. Esse processo está orçado em R$ 1 bilhão para a modernização e digitalização das seis unidades de geração da central, trabalho que tem previsão de ser encerrado em 2027. Será feita uma unidade de geração por ano.
“Os estudos começaram quando assumimos a usina, em maio de 2018, estudamos o projeto de modernização e desde o início deste ano começamos o processo de contratação de empresas com a solicitação de cotação para empresas do Brasil e do exterior. São seis frentes diferentes que basicamente realizarão desde a troca dos transformadores, a digitalização dos equipamentos, entre outras ações”, relacionou a executiva que ressaltou a necessidade de realizar o trabalho de forma gradual porque a usina segue gerando energia.
Segundo Adriana, a pandemia de covid-19 não alterou o cronograma por si, mas levou ao estabelecimento de novos processos na empresa para que pudesse cumprir o compromisso firmado com a Aneel e não comprometer o objetivo da companhia que, além de entregar a modernização, promete ser o de crescimento no longo prazo.