A EDP encerrou o segundo trimestre do ano com um lucro líquido de R$ 237 milhões, expansão de 25,5% quando comparado ao mesmo período do ano passado. O resultado ebitda (antes de taxas, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 586 milhões, um crescimento de 5,5% na mesma base de comparação. No acumulado do ano, a companhia apresentou ganhos de R$ 508 milhões e ebitda de R$ 1,3 bilhão, avanços de 4,9% e de  1,9%, respectivamente.
De acordo com a empresa, o desempenho semestral positivo é fruto do plano de ação adotado para mitigar o impacto da crise do coronavírus sobre o negócio. Esse plano envolvia, em um primeiro momento, a ativação de seus protocolos de gestão de crise e colocou em marcha um plano de contingência cujas prioridades eram: proteger suas pessoas, garantir a continuidade de sua operação e ajudar a sociedade.
Passada a primeira etapa de reação à pandemia (react), a EDP passou a trabalhar na recuperação de resultados (recover) e na identificação de alternativas e oportunidades dentro do novo cenário (reshape). Dentro desta última dimensão, foram criados oito subcomitês, com a missão de levantar informações e opções em quatro campos: Green recovering e Growth; Digital e Cliente; Inovação e Capital Allocation; Diversidade & Inclusão e Workplace reshaping.
Um dos primeiros movimentos desta nova fase foi o anúncio da aquisição de 1.318.100 ações preferenciais da Celesc, que elevou a participação da companhia na concessionária catarinense a 28,77%.
O presidente da EDP no Brasil, Miguel Setas, afirmou que os resultados do segundo trimestre e no primeiro semestre, mostram que, apesar do cenário desafiador em escala global, a estratégia adotada pela EDP foi acertada. “Depois de uma etapa inicial de proteção do caixa e de reforço da liquidez, pudemos recuperar resultados e nos abrimos a avaliar novas oportunidades”, disse ele.
Tanto que Setas classificou o segundo trimestre como um ponto de virada da empresa. “Apresentamos um resultado maior em 25,5% e um ebitda que aumentou 5,5%, e portanto, contrasta com o primeiro trimestre, é o início da retomada que achamos para a segunda parte do ano e que podemos fechar o ano com resultado positivo”, ressaltou ele.
Resultados do segundo trimestre representaram ponto de virada e poderemos encerrar o ano com resultados positivos.
Miguel Setas, da EDP Brasil
O ebitda por segmento, apresentou queda de R$ 23 milhões em distribuição. Mas em transmissão expansão de R$ 59 milhões, em geração térmica de R$ 3 milhões e no negócio hidrelétrico ficou em R$ 15 milhões. Por conta dessas  variações, o balanço em resultado operacional ficou no campo positivo em R$ 30 milhões ante o segundo trimestre de 2019.
Setas comentou ainda que no negócio de Distribuição pesou negativamente pela queda de mercado em decorrência da pandemia de covid-19. O consumo das concessionárias da companhia retraiu dois dígitos no trimestre. “Tomando como base a média do Brasil, de 11,6%, ficou alinhado a nossas distribuidoras, houve queda de 11% a 12%, muito por conta do consumidor industrial, que recuou 15% e o comercial com retração de 24%. O contraponto foi o residencial com aumento de 2%  onde temos tarifas mais altas”, relatou o executivo.
Em termos de perdas houve estabilidade, que segundo a EDP, reflete os investimentos de R$ 176,3 milhões no período para a modernização das redes, aumento de 36,5%. No semestre, o investimento totalizou R$ 343,5 milhões, um crescimento de 17,9%.

Em Transmissão, a EDP registrou como destaque a conclusão das obras da linha de transmissão SE Miranda II/SE Chapadinha II, que integra o Lote 11 do Leilão Aneel n.º 005/2016, antecipação de 12 meses. O primeiro trecho e a subestação Chapadinha II haviam sido entregues ainda em janeiro, com 19 meses de antecipação frente ao calendário da Agência Nacional de Energia Elétrica. Com a conclusão, a Receita Anual Permitida (RAP) passou a ser de R$ 32,8 milhões, o que corresponde a uma receita antecipada de aproximadamente R$ 42,7 milhões.

Já nos segmentos de Geração e Comercialização, a sinergia da gestão energética de ambas as unidades apresentou resultados classificados como consistentes, com a cobertura parcial do risco hidrológico (GSF) do período. A EDP relatou que o hedge para o ano ficou alocado prioritariamente neste início de segundo semestre, período em que se espera um déficit maior de geração hídrica.
Por fim, como consequência das medidas de contingência, a EDP apresentou redução de 8,2% do PMSO recorrente no trimestre e de 2,4% no semestre. Mesmo com o reforço de suas captações em mais de R$ 1,7 bilhão, para aumentar a liquidez, e com a adesão ao Termo de Aceitação da Resolução Normativa 885/2020, referente à Conta-COVID, em que requereu o montante de R$ R$ 574 milhões. A companhia manteve sua alavancagem consolidada em 2 vezes a relação entre a dívida líquida sobre o ebitda ao fim do trimestre.