fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
O presidente da EDP Brasil, Miguel Setas, disse estar otimista com o nível de recuperação da demanda no país nessa segunda metade do ano. Sem indicar números específicos das concessionárias da companhia que comanda, ele disse que é possível ver o abrandamento do impacto da pandemia e considera ser uma tendência positiva para 2020. Para ele, o caminho natural será o de reversão dessa situação. Ele disse que os dados que o ONS apontou nos últimos meses, de elevação da carga ante 2019 dão sim um bom sinal de como está se comportando a demanda no país no sentido de recuperação.
A empresa destacou em seus resultados trimestrais que o negócio de distribuição pesou negativamente no período de abril ao final de junho, justamente os meses de maior impacto da pandemia no país. Tanto que o consumo de energia nas suas duas concessionárias seguiu de forma próxima a curva média de queda de demanda no Brasil.
Setas, inclusive, comentou que a empresa avalia se deverá aderir à RTE, processo que ainda está em consulta pública na Agência Nacional de Energia Elétrica. O impacto sobre o ebitda da empresa foi de R$ 23 milhões, mas ele comentou que não se pode considerar este como o efeito total, precisa ainda passar por uma análise para excluir os efeitos não recorrentes. “Ainda é cedo para carimbarmos que este é o impacto da pandemia, precisamos de uma análise temporal maior”, acrescentou o executivo em coletiva para abordar os resultados da companhia no segundo trimestre de 2020.
Investimentos
Sobre o aumento de participação na Celesc, anunciado recentemente, Setas destacou que a parceria na concessionária catarinense não tem limites. Isso porque esse investimetos se dá por meio da aquisição de ações preferenciais e negociadas em bolsa. E lembrou que o controle da empresa é do estado de Santa Catarina que detém a maioria das ações ordinárias.
“Esse movimento nós vamos analisando em função do preço da ação e daquilo que é contexto de mercado, não temos nenhum limite e nenhum objetivo mínimo ou máximo, é mais em função da oportunidade dos investimentos”, explicou ele.
Sobre outras possíveis privatizações, Setas descartou a participação da EDP em outros processos que podem entrar no mercado. “Nossa prioridade é a parceira com a Celesc e darmos ênfase e foco à parceria com a Celesc”, acrescentou.
Em termos de expansão da transmissão, a EDP Brasil está a analisar o leilão agendado para o início de dezembro. Setas comentou que a empresa manterá sua metodologia e prudência em relação aos aportes e alocação de capital de forma a rentabilizar esses investimentos.”A estratégia segue sendo a mesma, a de participar com a mesma visão de manter rigor”, pontuou.
Em relação à aprovação do PL 3975, que trata da solução para o GSF, Setas comentou que, para a empresa, se sancionado o projeto e quando regulamentado pela Aneel, alcançará as usinas de Mascarenhas (131 MW, ES), Peixe Angical (498,8 MW, TO) e Lajeado (902,5 MW, TO). E que vê a iniciativa como positiva para a companhia, pois vai ressarcir a parte do risco que não era hidrológico, como o atraso em obras de transmissão.
Dividendos e recompra de ações
Ainda na última sexta-feira, 28 de agosto, a EDP publicou Fato Relevante informando a aprovação de um ajuste em sua Política de Dividendos para balizar a destinação dos recursos da geração de caixa. Esta política propõe a distribuição de no mínimo R$ 1,00 por ação a partir de 2021, garantindo que o dividendo continue a representar mais do que 50% do lucro líquido ajustado por ação.
Adicionalmente, todo o fluxo de caixa livre remanescente também será devolvido aos acionistas na forma de dividendos especiais ou recompra de ações. Em termos de alavancagem, a nova política define como objetivo o intervalo (Dívida Líquida/EBITDA) entre 2,5x e 3,0x, com um limite mínimo de 2,0x.
Outra medida é que o Conselho de Administração aprovou um programa de recompra de ações ordinárias de sua emissão para manutenção em tesouraria, com o objetivo de maximizar a geração de valor para os acionistas. As transações de recompra têm o limite máximo de 8,5% das ações em circulação e poderão ser realizadas em até 18 meses, a preços de mercado, no ambiente de Bolsa de Valores da B3.