O Cepel informou que o comissionamento da primeira fase do Laboratório de Redes Elétricas Inteligentes, previsto para iniciar em dezembro deste ano, depende do cenário e da evolução da pandemia, pois os ensaios nos equipamentos importados devem ser conduzidos por representantes dos fornecedores no próprio laboratório, localizado na Unidade Adrianópolis do Centro (Nova Iguaçu/RJ).

Nesta etapa entrará em operação a área de pesquisa experimental baseada em bancada Power Hardware in the Loop (PHIL), que combina os benefícios das simulações meramente computacionais e dos ensaios laboratoriais, permitindo antecipar, num ambiente controlado, comportamentos não desejados de dispositivos reais de hardware, gerando valor agregado.

Entre as características relevantes da bancada, o pesquisador Wagner Duboc, chefe do Departamento de Laboratórios de Adrianópolis, cita o uso combinado de amplificadores de potência do tipo linear e do tipo chaveado; viabilidade de integração com uma microrrede híbrida; capacidade de ensaiar até três diferentes equipamentos reais de hardware de forma simultânea, além da possibilidade de integrar ensaios de potência com os de interoperabilidade de protocolos de comunicação e de equipamentos de até 60 kVA.

“Todas estas peculiaridades proporcionam inúmeras opções de pesquisa e nossos parceiros poderão conhecer, verificar e antecipar o comportamento de novas tecnologias e sistemas antes que sejam conectados às suas redes”, assinalam os pesquisadores.

De acordo com especialistas do Centro, as principais iniciativas brasileiras na área de redes elétricas inteligentes estão relacionadas, em especial, com a implantação de infraestruturas avançadas de medição (smart metering), tecnologia que tem se mostrado adequada no combate a perdas de energia, assunto de grande interesse das distribuidoras.

Já as plataformas relacionadas com a integração de recursos energéticos distribuídos (RED), como as de gerações fotovoltaica e eólica, e o armazenamento de energia, ainda se encontram em um estágio precoce de desenvolvimento, em parte pelo nível, ainda baixo, de penetração dos RED nas redes brasileiras e também devido à incipiente infraestrutura laboratorial de apoio atualmente disponível.