A Omega Energia lançou nesta terça-feira, 8 de setembro, uma plataforma digital para compra de energia renovável no mercado livre. A solução vem para atender inicialmente na sua maioria consumidores na faixa de 0,5 MW e 3 MW que já atuam ou estão migrando para o ACL. De acordo com Antonio Bastos, CEO da Omega Geração, a novidade realiza um desejo antigo da empresa de aproximar o consumidor de um gerador limpo e renovável, com o diferencial da tecnologia e simplicidade. “Isso vai ter muita valia não só para o consumidor que vai reduzir custo como para o mercado brasileiro, que vai se beneficiar como um todo”, explica. O investimento total é de R$ 100 milhões.
O executivo conta que a plataforma vem na esteira das aquisições feitas pela empresa nos últimos meses, em que ela se tornou uma das maiores detentoras de ativos operacionais do país, com quase 2 GW de usinas hídricas, eólicas e solares. Esse movimento levou a um novo plano de negócios, que tem na plataforma de comercialização um dos fundamentos de aproximação com o consumidor. Segundo ele, na faixa alvo de consumidores, que movimenta receitas de cerca de R$ 8 bilhões por ano, muitos já poderiam estar no mercado livre, mas não estão devido às complexidades da atuação no ACL, como o trâmites e pormenores da migração. A plataforma seria benéfica para ele não apenas pela simplificação da migração, mas pelas vantagens econômicas auferidas.
Dentre essas vantagens que estão na opção pela plataforma da Omega está o da tarifa Smart Flex, que tira do consumidor o risco da variação de preços de mercado e volumes de consumo, fazendo com que ele pague por mês apenas o que consumir. Um algoritmo de precificação e parametrização de preços dá uma tarifa de função de volume, não de fixos contratados. “Se ele estiver 100% contratado com a gente, vamos entregar o que ele consumir. Isso gera dois grandes benefícios: a redução operacional, por ele não ter mais curto prazo e a do risco, ganhando previsibilidade”, conta Fernando Senna, diretor de Energia Digital da empresa. A operação é totalmente digital e o contrato tem 80% menos páginas que um acordo tradicional de mercado.
O lançamento da solução de compra de energia também é um aceno da Omega para a abertura total do mercado livre, quando todos os consumidores deverão negociar a compra de sua própria energia, ao contrário do modelo regulado atual. Para Bastos, a abertura do mercado é irrevogável e deve acontecer para que o consumidor tenha a opção de comprar a energia que é melhor para ele. “Queremos ser a empresa que oferece energia a todos os clientes. Hoje estamos focados no corporativo porque ainda não pode para o cliente final, mas queremos estar nesse movimento quando o mercado se expandir”, avisa o executivo.
A abertura do mercado multiplica o número de consumidores, o que vai dar nova dinâmica à comercialização de energia, em que a competição tende a trazer preços melhores para o consumidor. Bastos pede uma abertura total antes de 2024 para preços mais baixos e mais disputa no mercado. “Quanto mais cedo puder ter mais competição e baixar preço, vai aumentar a renda disponível dos consumidores residenciais, vai fazer as empresas brasileiras mais competitivas e assim por diante”, observa.
A rapidez no fechamento da operação é apontada como um dos diferenciais da plataforma da Omega. No modo tradicional, o cliente teria que entrar em contato com a comercializadora e pedir uma cotação, que seria analisada para só então se fechar o contrato. A tecnologia intuitiva permite que em poucos cliques a aproximação e a proposta sejam feitos. Um algoritmo inteligente de precificação e gestão de risco oferece o valor da tarifa de forma rápida e assertiva. Em caso de aval à proposta, o cliente clica em contratar e após essa etapa já pode acompanhar o seu consumo em tempo real. “A nossa missão é simplificar isso tudo, transformar em algo simples e intuitivo para o cliente. O cara que tem um supermercado está interessado em vender mais frango, ele não quer ficar lidando com os meandros da burocracia no Brasil’, relata Bastos.
Dentre os desafios impostos pela plataforma, estão o da tecnologia e da digitalização, já que a plataforma demanda uma atenção especial para essa área, além do engajamento dos clientes, para que não só aqueles que já estão no ACL migrem para a plataforma, mas convencer os pequenos que ainda estão no regulado façam a adesão para o ACL “Estamos muito otimistas que os desafios vão se tornar uma oportunidade muito grande em um negócio novo para a companhia”, cometa o CEO da Omega.
O interesse dos consumidores pelo consumo de energia renovável é mais um fator que a Omega pretende explorar. Bastos vê uma sociedade clamando por soluções sustentabilidade. Para Bastos, há uma mobilização contra o aquecimento global que beneficia as fontes limpas. “Hoje uma parte grande dos consumidores tem essa demanda, mas em três ou quatro anos, vai ser 100% e obviamente que a solução renovável no Brasil vai ter o melhor custo”, pontua.