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Pensando no futuro da transição energética, no advento das chamadas cidades inteligentes e numa sociedade cada vez mais conectada e complexa, com um volume maior players, dados e informações, as empresas do setor elétrico estão cada vez mais atentas as discussões sobre a busca por uma faixa de frequência exclusiva para redes privadas de telecomunicações, visando o leilão daqui dois anos que irá ofertar a tecnologia 5G, que deve prover a infraestrutura necessária para a realização das operações de expansão e modernização dos sistemas de forma confiável e resiliente.

Em entrevista à Agência CanalEnergia, o vice-presidente da UTCAL, Ronaldo Santarém, disse que o debate entorno do assunto continua, mas vê a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) mais sensível a cada dia, entendendo a demanda de um espectro entre 410 e 430 megahertz (MHz) como de interesse das elétricas, a partir de um relatório feito pela entidade e entregue à Agência no início do ano, sobre o que estava acontecendo naquele momento no mundo nessa faixa para as empresas de serviços essenciais, como energia, gás ou água.

“Acredito que eles perceberam que existe um ecossistema que pode atender em algum momento essa demanda no momento. Hoje a Anatel está avaliando a concessões de dois blocos de 5 MHz na faixa de 410 MHz para o uso do Serviço Limitado Privado (SLP), as chamadas redes privadas para as empresas de utilities”, comenta Ronaldo, afirmando que a questão não se esgota no espectro de frequência, e que é preciso buscar maior capacidade e pleitear frequências abaixo de 2 gigahertz (GHz) ou próximo a isso.

Projetos iniciados – O CEO da UTCAL, Dymitr Wajsman, que também participou da entrevista, destacou as iniciativas da CPFL Energia e EDP, que já estão em vias de implementar projetos de redes desse tipo em parte de suas áreas de concessão, nas respectivas frequências 230 MHz e 250 MHz em 4G, enquanto a Anatel ainda não toma suas decisões.

Já a Neoenergia está atingindo 70 mil consumidores e diversos equipamentos telecomandados num projeto piloto já iniciado em Atibaia (SP), numa faixa provisória de 3.5 GHz para uma licença de dois anos, já que após esse período está previsto o leilão para a tecnologia 5G no país, o que pode acarretar um problema para a companhia.

“Essa frequência que será leiloada daqui dois anos exigirá a desinstalação da rede para fazer outra implementação, um problema que vislumbramos atualmente, pois as empresas querem ter segurança de que irão permanecer com aquele sistema instalado por 10 ou 20 anos”, salienta Dymitr.

Santarém por sua vez afirma que essa não é a solução adotada no mundo atualmente, mas sim a possível para o Brasil. “A nossa busca visa criar uma série de aparelhos e sistemas padronizados mundialmente, o que poderia trazer uma escala para a economia, com menor custo e eficiência”, avalia.

Outro problema apontado é que a faixa considerada como ótima – de 410 MHz a 450 MHz – tem uma cobertura que exige uma torre e antena há cada 40 quilômetros, o que não envolveria tantas estruturas. “Com a frequência mais alta como essa da Neoenergia, a cobertura é muito menor e consequentemente é preciso mais torres, o que eleva custos”, pontua o executivo.

Por fim, Dymitr ponderou que as empresas de telecomunicações estão interessadas em espectros mais altos e que a faixa de 450 MHz foi adquirida pelas operadoras no Brasil para fazer o 4G rural, o que não foi realizado porque não era viável economicamente. “Elas não estão muito interessadas nesse uso do espectro para utilização em massa, mas não devolveram para a Anatel na espera talvez de um novo negócio”, finaliza.