A subsidiária de geração e transmissão da Copel iniciou dois novos projetos de pesquisa e desenvolvimento nesta semana, um na área de projeto civil de usinas hidrelétricas e o outro voltado a avaliação de emissões de mercúrio em termelétricas, contribuindo para o atendimento das diretrizes da Convenção de Minamata, informa a companhia.
Segundo a empresa, a primeira iniciativa tem orçamento estimado em R$ 8,9 milhões e busca desenvolver uma metodologia para determinar os esforços gerados pelo impacto do ressalto hidráulico em comportas de vertedouros. O objetivo é permitir o dimensionamento adequado desse tipo de estrutura para UHEs instaladas em locais com baixa queda d’água, onde é comum sua submersão parcial.
Operando nessa condição, quando o vertedouro é aberto para descarga hídrica do reservatório, o nível abaixo da barragem força as ondas do ressalto hidráulico – fenômeno que ocorre para dissipação de energia do escoamento – contra a face das comportas, produzindo esforços que podem não ter sido considerados no dimensionamento delas, visto não existir ainda uma metodologia de cálculo estabelecida para a questão.
O P&D é liderado pela gerente da Divisão de Estudos de Geração, Raquel Sayuri Omoto Takeda, e prevê o desenvolvimento de experimentos em modelos físicos e computacionais para analisar o escoamento de água através de vertedouros que sofrem esses efeitos do afogamento parcial. “A demanda por esse tipo de estudo tende a crescer, considerando que a maior parte das usinas com aproveitamento de grandes quedas já foram construídas no país e os novos projetos são majoritariamente de usinas em locais com baixa queda d’água”, explica Raquel.
Segundo a engenheira, há usinas mais antigas que apresentam essa situação sem que tenham sido relatados quaisquer problemas. No entanto, ela explica que as comportas desses empreendimentos eram projetadas com dimensões mais robustas do que atualmente, o que começou a mudar com o aperfeiçoamento das ferramentas de análise estrutural registrado nos últimos anos, sendo necessário agora a definição de metodologias para subsidiar a tomada de decisão.
“Da forma que o processo de concessão de aproveitamentos hidrelétricos é conduzido atualmente, as empresas que entram na disputa de novas concessões precisam trabalhar com orçamentos cada vez mais enxutos e os projetos de engenharia têm que ser otimizados sem que haja prejuízo à segurança das estruturas”, completa a gerente.
Sustentabilidade – No segmento de geração térmica, a Copel GT e a Associação da Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC) começaram os estudos para avaliar as emissões de mercúrio na atmosfera em processos que envolvem a conversão térmica de carvão mineral. O gerente desse projeto na Copel, Thiago Luis Zanin, afirmou que serão destinados R$ 6,8 milhões para a pesquisa que reforça o compromisso brasileiro perante a Convenção de Minamata, que trata do monitoramento e da redução de emissões e liberações de mercúrio no meio ambiente.
O projeto vai envolver também pesquisadores dos programas de pós-graduação da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com recursos ainda a serem destinados para duas bolsas de Doutorado e uma de Mestrado envolvendo o tema.