Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

A chegada do preço horário a partir de janeiro no âmbito comercial do setor elétrico brasileiro aumentará as opções de produtos aos consumidores. Nesse sentido, as comercializadoras estão avaliando novas formas de atender a demandas mais flexíveis, outras nem tanto ou estimular novas tecnologias no setor.

Na avaliação do CEO de Comercialização de Energia na CPFL Soluções, Ricardo Motoyama, o modelo vigente até dezembro não trazia esse estímulo por se tratar de preços semanais e por patamar. Ele destacou que não importava o horário do consumo, não havia estímulo para gerenciar a carga por parte dos consumidores.

Com a introdução do preço horário a companhia vê oportunidades para atuar. Uma dessas formas está na possibilidade de deslocamento da carga para horários de menor preço da energia, que normalmente ocorrem à noite e na madrugada. Mas isso, desde que seja possível ao consumidor alterar seu perfil e faça sentido do ponto de vista da operação dessa unidade consumidora.

Reginaldo Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia, comentou que cada empresa está estudando com cuidado essa importante mudança na forma de negociação no mercado livre brasileiro. E essa alteração foi classificada por ele como um passo importante para a evolução do setor elétrico nacional.

“Em um determinado momento com o sistema elétrico congestionado, por exemplo, o consumidor recebe o sinal de preço e aí ele muda o perfil de carga. Isso faz com que a eficiência global do setor leve a um preço menor de energia. Esse é um reflexo muito interessante para o mercado livre”, avaliou.

Entre as possibilidades que são vislumbradas estão a expansão da geração própria por geração distribuída ou a autoprodução. Ou ainda, a perspectiva de crescimento do armazenamento em baterias que abrem a possibilidade de carregamento desse dispositivo durante a madrugada e seu uso durante as horas em que a energia está com preço mais elevado, ou até mesmo a venda ao mercado, intermediado pelas empresas que prestam esse serviço.

Aliás, essa perspectiva torna-se viável ao passo que vemos o aumento da penetração de carros elétricos no mercado. Esses veículos podem ser considerados dispositivos de armazenamento de energia. O consumidor, em geral, deixa carregando à noite e usa durante o dia. E a depender do preço da energia pode deixar parado e injetar essa energia na rede.

Esses desenhos comerciais, lembraram ambos executivos, já existem em outros países onde o mercado é mais liberalizado que o Brasil. Inclusive, citou Medeiros, em um grupo de 55 países que compõem o ranking de liberdade do mercado elétrico, o Brasil está à frente apenas da China, ocupa o penúltimo lugar.

“A tecnologia já existe, a viabilidade depende dos sinais econômicos corretos. O setor está evoluindo para isso e no que tange à modernização do setor elétrico, podemos ver a viabilização de vários produtos, como o armazenamento”, pontuou Motoyama.

Mas, o executivo ressaltou que a questão da digitalização do setor acaba sendo um tema cada vez mais importante no mercado livre. Isso porque atualmente há cerca de 18 mil clientes nesse ambiente de contratação. Lembrou que somente os consumidores de alta tensão somam cerca de 200 mil unidades e que mais ainda, com a abertura do mercado total são 82 milhões de consumidores no Brasil. E para dar conta deste volume crescente é necessário o uso da tecnologia para ter agilidade no atendimento.