Uma equipe de técnicos da hidrelétrica de Itaipu recolocou em operação, entre 21 a 30 de setembro, um sistema autônomo para geração e armazenamento de energia solar destinado a ribeirinhos na região amazônica. Composto por 12 baterias de sódio recicláveis e 63 painéis fotovoltaicos, a mini usina de 180 kW pico está instalada junto ao Pelotão Especial de Fronteira (PEF) do Exército em Tunuí-Cachoeira, em São Gabriel Cachoeira (AM), próximo à fronteira com a Colômbia, onde além dos militares vivem um grupo indígena da etnia Baniwa.
O projeto começou a ser desenvolvido pela binacional em 2014, em parceria com o exército brasileiro, e objetiva dar segurança energética a partir de energias renováveis em comunidades isoladas, não atendidas pelo Sistema Interligado Nacional (SIN).
Em 2016 uma unidade de demonstração no Quartel General do Exército, em Brasília, confirmou a viabilidade da iniciativa, para dois anos depois os equipamentos serem levados para Tunuí-Cachoeira, onde funcionaram por cerca de dois meses, até apresentarem problemas técnicos, o que inviabilizou o seguimento da operação.
De acordo com a companhia, os problemas foram corrigidos e a expectativa é de que a energia gerada atenda a demanda local de 60 militares do pelotão e a comunidade indígena com aproximadamente 200 pessoas, substituindo gradativamente o gerador a diesel. Como o valor do óleo que alimenta o gerador é encarecido na região pelos custos do transporte, feito em dez dias de balsa a uma importância de R$ 45 por litro, o projeto também tem caráter econômico.
Antes do sistema híbrido bidirecional o combustível fóssil conseguia suprir apenas o PEF por oito horas por dia. Agora, além do pelotão a comunidade passou a receber energia das 8h às 24h. Com base na atual demanda, Itaipu estima ainda que está evitando o consumo anual de 98.550 litros de diesel, o que representaria 256,2 toneladas de dióxido de carbono. A ideia é que o gerador a diesel funcione apenas como backup.