A Engie Brasil recebeu suas primeiras patentes de invenção do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), por soluções envolvendo o desenvolvimento de sensores ópticos de temperatura a partir da tecnologia de Redes de Bragg e outro para avaliação da condição de geradores elétricos por meio da análise do campo magnético externo.
Conhecidas pela sua importância na comunicação de dados, as fibras ópticas também podem ser usadas como sensores de temperatura, com aplicação em diversos segmentos industriais, mas nesse caso específico foi utilizada para o sensoriamento de mancais e trocadores de calor.
“Os pesquisadores usaram luz ultravioleta e espelhos especiais para conectar descobertas acadêmicas a necessidades industriais, gravando sensores de temperatura diretamente no núcleo de uma fibra óptica”, explica o diretor de Novos Negócios, Estratégia e Inovação da empresa, Guilherme Ferrari.
Desenvolvido em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o protótipo foi instalado na Hidrelétrica Salto Osório, no rio Iguaçu, na altura do município de São Jorge d’Oeste (PR), mostrando-se eficiente em substituição aos sensores convencionais.
Segundo a Engie, a tecnologia traz diversas vantagens em comparação aos tradicionais sensores elétricos, entre elas a imunidade à interferência eletromagnética, passividade elétrica, multiplexação (possibilidade de agregar dezenas de sensores em uma mesma fibra óptica) e tamanho reduzido, o que possibilita a introdução do sensor diretamente na estrutura a ser monitorada, em uma técnica denominada smart material.
MagAnalyzer – Já a segunda patente foi para o projeto Sistema e Método para Identificar Características de Uma Máquina Elétrica, que avalia a condição de geradores elétricos por meio da análise do campo magnético externo, contemplando sistema e método não invasivo para identificar defeitos de natureza elétrica, magnética e mecânica – estabelecidos ou incipientes – em máquinas elétricas.
O MagAnalyzer foi implementado em parceria com a Itá Energética S.A. (Itasa) e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e tem utilidade para detecção de faltas incipientes, o que fortalece as estratégias de manutenção que se antecipam a falhas e desligamentos inesperados na área de geração. A UHE Itá e o Complexo Termoelétrico Jorge Lacerda já contam com protótipos do equipamento e uma versão comercial poderá ampliar o uso e gerar royalties para a empresa.
Atualmente os produtos das duas patentes estão no estágio de “cabeça de série”, com objetivo de completar a trilha de desenvolvimento do programa de P&D da Aneel até a etapa de inserção do produto no mercado. “São novas tecnologias que poderão ser instaladas em boa parte das 60 usinas de produção de energia da companhia”, finaliza Ferrari.