O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, lembrou durante inauguração de uma usina de geração de energia da Raízen em São Paulo que o biometano produzido a partir do biogás poderá ser injetado na rede de gasodutos para ser consumido como substituto do gás natural. “Temos aí uma aprovação em breve do novo marco do gás, e eu não tenho dúvida nenhuma de que essa nova indústria também vai se associar a isso, que vai ser importantíssimo para a reindustrialização do país.”

Estudos mostram que o potencial de produção de biogás no Brasil somente a partir da vinhaça (subproduto do processamento da cana) pode atingir até 45 milhões m³/dia em 2030, o equivalente a mais de duas vezes o volume médio de gás natural importado da Bolívia em 2019, disse Albuquerque. O ministro chamou o combustível de “nosso pré-sal caipira” e afirmou que a planta de produção de energia elétrica inaugurada em Guariba (SP) nesta sexta-feira, 16 de outubro, é a primeira de muitas que serão construídas em futuro próximo.

Desde janeiro deste ano, foram comercializados mais de 10 milhões de créditos de descarbonização do Programa Renovabio, conhecidos como CBios. O dado foi destacado pelo ministro ao lembrar que, além da segurança energética e da contribuição para uma economia de baixo carbono, a utilização do biogás e do biometano nas usinas também aumenta a nota de eficiência energético-ambiental, o que gera créditos a serem apropriados pelos produtores.

Os derivados de cana, incluindo o etanol, respondem atualmente por mais de 17% da matriz energética brasileira. Essa participação deve ficar acima de 19% nos próximos dez anos, de acordo com os estudos de planejamento do governo.