Sinalizando a busca por um consumo de energia elétrica responsável e pela sustentabilidade das cadeias de valor dos setores econômicos, 21 comercializadoras de energia elétrica receberam o Selo Energia Verde emitido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Única), no âmbito do Programa de Certificação da Bioeletricidade até esse mês de outubro, informa a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)
O Selo reconhece desde 2015 as comercializadoras e consumidores no mercado livre de energia elétrica que contratam bioeletricidade gerada a partir da biomassa de cana-de-açúcar. Para o presidente da Única, Evandro Gussi, há um esforço dos players em traduzir em ações práticas intenções já existentes antes da pandemia, como a busca pela inserção das fontes renováveis e pela neutralidade de emissões.
“Ao experimentarmos uma crise mundial, entendemos a gravidade do que enfrentaremos caso uma segunda crise, a causada pelo aquecimento global, não seja evitada. O momento de agir é agora”, avalia.
Além das 21 empresas, dois consumidores no mercado livre também obtiveram o reconhecimento, um de São Paulo e outro de Santa Catarina, com 83 usinas a biomassa de cana recebendo o Certificado Energia Verde por produzirem energia renovável e com critérios de eficiência energética.
Em agosto desse, o mercado livre representou 31% de toda a energia elétrica consumida no país. O modelo de contratação deve crescer nos próximos anos, visto a abertura do ACL ser uma das principais pautas dos debates acerca da modernização do setor elétrico.
Geração e potencial elétrico – A Única afirmou que as 83 usinas certificadas devem produzir quase 20 mil GWh ao longo desse ano, sendo 64% ofertados ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e 36% destinados ao autoconsumo das unidades sucroenergéticas. Os 20 mil GWh equivalem a 12% da demanda energética anual das indústrias no Brasil ou a metade do consumo anual das residências no estado de São Paulo.
Entretanto, o volume produzido está muito distante do pleno potencial para esse segmento, que atualmente utiliza 11% da biomassa disponível nos canaviais e na indústria sucroenergética para gerar eletricidade, sem contar novas fontes, como o biogás produzido a partir dos subprodutos da fabricação do açúcar e do etanol.