Os primeiros projetos eólicos offshore podem ter seus primeiros MWh produzidos no Brasil em 2027. Essa é a previsão da Associação Brasileira da Energia Eólica (ABEEólica) que vê essa modalidade de projetos já com viabilidade econômica daqui a três ou quatro anos. Esse deverá ser o prazo para que três barreiras possam ser vencidas no país.
Segundo a presidente executiva da entidade, Élbia Gannoum, os três pontos que ainda precisam ser ultrapassados são a competitividade, a regulação e a existência de um mercado para essa energia.
“A eólica offshore será realidade sim, mas deveremos nos preparar para isso, temos a disponibilidade de recursos naturais, mas precisamos vencer as barreiras”, disse Élbia em coletiva após a abertura da edição 2020 do Brazil Windpower, evento do Grupo CanalEnergia-Informa Markets em parceria com a ABEEólica, que este ano será 100% virtual por conta da pandemia de covid-19.
Em sua análise, a executiva aponta que a questão regulatória é a mais avançada entre as três. Inclusive, lembrou que já há 9 projetos em avaliação pelo Ibama. Aliás, o instituto que emite o licenciamento ambiental para os projetos deverá dar em novembro um passo importante nesse processo com a publicação do Termo de Referência para o licenciamento.
Segue em paralelo a redução de preços dessa tecnologia, fato que levará a um aumento da competitividade da fonte no cenário nacional. A executiva da ABEEólica estimou que em três a quatro anos, tomando como base a experiência internacional, essa barreira será quebrada. E há ainda a necessidade de um mercado, justamente esse ponto que elege como o mais desafiador para o país nesse momento.
“As instituições estão preparadas e se organizando para que a barreira regulatória seja ultrapassada. A mais desafiadora é a de mercado”, comentou.
E para esse mercado o ACR por meio de leilões acaba sendo o ambiente que, inicialmente, deverá ser o mais propenso para esses projetos. Isso se deve ao fato da offshore possuir grande escala, de pelo menos 500 MW. E a associação à retração de preços mais a recuperação da economia ao longo desse período, é que abre a possibilidade de em 2023 ou 2024, possam ser viabilizados projetos em um eventual leilão.